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Paraná faz primeiro biochip do Brasil

Israel Reinstein - Folha do Paraná
17 nov 2000 às 19:04

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Vacinas, remédios e kits de diagnósticos derivados de pesquisas genéticas estarão sendo produzidas em futuro não distante por laboratórios farmacêuticos do Paraná. O primeiro passo para essa realidade veio com apresentação do primeiro biochip desenvolvido no Brasil ou chip do DNA.

Essa ferramenta (que representa um conjunto de gene em uma lâmina de laboratório), é experimental e foi baseado no genoma do protozoário parasita Tripanosoma cruzi, responsável pela Doença de Chagas.

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O projeto, que tem como um dos coordenadores o cientista paranaense Marco Aurélio Krieger, foi desenvolvido pela equipe de pesquisa pós-genômica do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), vinculado ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Secretaria Estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade de Mogi das Cruzes (SP).

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Segundo Krieger, o domínio dessa tecnologia abre espaço para a descoberta de uma nova geração de medicamentos de combate a doenças como o câncer e a Aids. ""Acreditamos que essa etapa, agora, possa ser alcançada num prazo bem mais curto"", avalia o cientista. ""A estimativa é de um prazo de cerca de cinco anos"", calcula.

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O investimento para o desenvolvimento do biochip foi de cerca de US$ 400 mil, financiados pelo Governo Federal (Fiocruz, CNPq, Ministério da Ciência e Tecnologia), Governo do Paraná e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). E razão de escolher o parasita Tripanosoma cruzi, agente causador da Doença de Chagas, foi porque a equipe de Krieger já pesquisa há 15 anos o assunto, na Fiocruz (RJ). Atualmente, existem 20 milhões de portadores desta doença, distribuídos por todos os países do continente americano, à exceção dos Estados Unidos e do Canadá.


Os estudos realizados e a produção do biochip deste protozoário permitem a identificação de grupos de genes envolvidos com sua virulência, o que vai possibilitar o desenho racional de novos remédios para combater a doença. O modelo experimental pode permitir também o controle e cura de outras doenças causadas por protozoários relacionados com a dengue e a malária.

Em paralelo com o estudo da doença de Chagas, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), junto como Tecpar, deve direcionar suas pesquisas para criação de kits de diagnótico da doença e criação de remédios para tuberculose, dengue e malária. Outro alvo foco será o combate de doenças animais como a leocose bovina e brucelose.


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