"Chegar ao Brasil foi a melhor sensação do mundo." Com essa frase, o executivo curitibano Norman de Paula Arruda Filho, 49 anos, resumiu o alívio de aterrissar em solo brasileiro, pela manhã. Ele foi um dos primeiros paranaenses a voltar dos Estados Unidos após a série de ataques na última terça-feira.
Arruda, que é superintendente do Instituto Superior de Administração e Economia da Fundação Getúlio Vargas no Paraná (Isae/FGV), desembarcou no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba) depois de passar duas semanas nos Estados Unidos. Ele foi recebido pela mulher Naiara e pelas filhas Naiana e Nicole, que comemoraram o retorno. "Foi um susto enorme. É ótimo poder abraçá-lo novamente", disse a mulher.
No momento do ataque ao World Trade Center, ele estava em Orlando e acompanhou tudo pela televisão. "A primeira coisa que fiz foi ligar para a minha família para tranquilizá-los." Na semana anterior, Norman teve reuniões de negócios dentro da primeira torre do World Trade Center. Ele disse que tinha ficado impressionado com o sistema de segurança para o acesso ao complexo e lamentou que, mesmo assim, não foi possível evitar o bombardeio. "Depois fiquei imaginando se as pessoas com quem eu conversei lá estariam ainda vivas ou não."
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O executivo contou que horas antes do ataque voou entre Boston e Miami. Foi de Boston saíram aviões que foram sequetrados para o bombardeio. "Parecia que havia algo no ar. Foi uma série de desencontros. Eu fiquei dançando entre uma companhia e outra, que estavam cancelando seus vôos para a Flórida, até conseguir decolar. Quase tive que viajar na manhã do ataque."
No dia do bombardeio, Arruda chegou a ir à uma reunião de negócios, no Epcot Center, na Disney. "Mas ela foi cancelada por que o prédio teve que ser evacuado. Foi um susto, pois surgiram boatos de que a Disney poderia também ser alvo de atentado."
Para voltar ao Brasil, o executivo teve que disputar uma vaga em uma das três aeronaves que iriam decolar de Miami. Ele alugou um carro para viajar de Orlando a Miami, pois nenhum vôo saiu da cidade. "Eu só ouvia um monte de gente desesperada dizendo que tinha que viajar de qualquer maneira e nem acreditei quando consegui uma vaga no avião."
Arruda já retomou a rotina normal. Para ele, a principal preocupação agora é que rumos o mundo deve tomar. "Os Estados Unidos estão em estado de guerra. Estou muito preocupado com o impacto que todos esses acontecimentos possam ter."