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Suspeito mora em Curitiba

PF faz busca e apreensão sobre adoção ilegal no PR

Rodrigo Batista - Redação Bonde
09 abr 2013 às 19:20

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas pediu nesta terça-feira (9) à Polícia Federal a busca e apreensão de documentos no apartamento de um dos investigados pela CPI de praticar adoção ilegal em pelo menos cinco cidades do Paraná. O suspeito mora em Curitiba.

O pedido, do deputado federal Fernando Francischini (PEN), que é vice-presidente da CPI que investiga casos de tráfico humano internacional e dentro do Brasil, ocorreu após reunião da CPI em Brasília, que contou com depoimento de um dos investigados, o presidente da ONG Limiar Brasil. A operação da PF, confirma o deputado, seria feita ainda na tarde desta terça-feira.

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Casos - a ONG teria intermediado cerca de 1,7 mil adoções no Brasil nos últimos 20 anos. Porém, segundo Francischini, desde 1999 a instituição, de origem norte-americana, não teria mais o respaldo dos EUA para atuar no ramo. A ONG não teria registro de legalidade para adoção nos EUA quando aquele país assinou a Convenção de Haia, que regulamenta essa atividade. "Foram casos que aparentam ser totalmente ilegais", disse. Segundo o deputado, em depoimento, o presidente da ONG afirmou que a entidade encerrou trabalhos no Brasil desde aquele ano.

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Um ex-integrante da ONG, Audelino de Souza, conhecido como Lino, teria se afastado da entidade, mas é suspeito de continuar com a intermediação de adoções no Paraná desde 1999. Ele é acusado de pedir dinheiro às famílias para intermediar as adoções de forma ilegal. Pelo menos em cinco cidades há casos suspeitos de adoção ilegal ligadas aos suspeitos.

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Com o pedido de busca e apreensão no apartamento de Souza em Curitiba, segundo o deputado, o objetivo é encontrar documentos que podem ser a prova de que casos de adoção ilegal foram intermediados pelo suspeito. Alguns documentos seriam comprovantes de contas bancárias, em que o acusado receberia o dinheiro de famílias norte-americanas para adoção de crianças. "O esquema já seria ilegal com a ONG, imagine sem ela, com pedido de dinheiro para enviar crianças para fora do Brasil", comenta Francischini.


Em um dos casos, da cidade de São João do Triunfo, no Sul do Paraná, uma jovem, hoje com mais de 18 anos, é a principal testemunha de um procedimento de adoção de sete crianças. Sendo uma das adotadas, a jovem teria supostamente presenciado o pedido de dinheiro feito por Lino para que as crianças fossem levadas para o exterior.

A jovem, segundo o deputado, disse que foi abusada sexualmente pelo pai adotivo. A mãe adotiva seria alcoólatra. "Parece que eles jogavam as crianças para famílias sem qualquer estrutura", diz Francischini. Até a próxima semana, a CPI do Tráfico de Pessoas deve chegar ao Paraná para ouvir Souza e acompanhar de perto os supostos casos de tráfico de pessoas e adoção ilegal.


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