Policiais civis do Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol) fecharam nesta terça-feira (22) a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) em Curitiba para a entrada de novos presos e visitas de familiares. Os policiais reclamam de desvio de função e que a carceragem estaria superlotada, inclusive com presos já condenados.
Segundo o presidente do sindicato, André Gutierrez, assim como a Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC), o 12° e o 10° distritos policiais da capital, que também foram fechadas nas semanas anteriores, a DFRV está com muitos presos já condenados, o que seria ilegal. "Todas as delegacias estão ilegais porque não é atribuição do policial civil fazer a guarda desses presos. Isso é atribuição da Seju (Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos)".
Os sindicalistas reclamam que, além de fazer a guarda dos presos, os policiais precisam fazer escolta dos detentos, o que dificulta os trabalhos de investigação dos crimes em todo o Paraná.
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No caso da DFRV, segundo o presidente do Sinclapol, a carceragem está com 150 presos, mas teria capacidade para apenas 32. A última tentativa de fuga ocorreu na madrugada do último sábado. "A DFRV fica em um bairro residencial (Vila Izabel). Se acontece uma fuga em massa, os vizinhos é que vão sofrer as conseqüências e com toda certeza os presos vão tentar usar carros na fuga", diz Gutierrez.
O impedimento à entrada de novos presos deve permanecer por tempo indeterminado. O presidente do sindicato reclama que teve "respostas negativas" da Seju sobre a retirada de presos condenados das delegacias. "A Polícia Civil não é órgão de execução penal".
Medidas - para diminuir o problema de superlotação de presos em delegacias, com a retirada dos que foram condenados ou estão em prisão provisória, o governo do Paraná vai firmar um convênio com o Ministério da Justiça (MJ) para construir 12 novos presídios e ampliar a capacidade de outros oito em todo o estado. Isso deve abrir 7 mil novas vagas no sistema penitenciário.
Quanto a DFRV, segundo o governo, não há como realizar alguma medida, a curto prazo, para resolver a questão. Este distrito, assim como a Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), o 11° e o 12° DPs, devem entrar para a gestão compartilhada de delegacias, feita pela Seju e pela Secretaria de Segurança do Paraná (Sesp). Entretanto, o estado precisará contratar novos agentes penitenciários, o que, no momento, não seria possível porque o governo ainda está no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal e precisa conter gastos.