O Paraná teve no período de 2002 a 2005 uma redução de 16,7% na taxa de mortalidade infantil, a maior queda entre os Estados brasileiros ao lado do Piauí. Com isso, o Paraná passou do nono para a sexta posição no ranking nacional. Estes dados fazem parte da tabela completa de mortalidade do Brasil 2005 que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (01).
Em 2000, segundo os dados do IBGE, a cada mil crianças nascidas vivas no Paraná, 24 morriam antes de completar o primeiro ano de vida. Em 2005, esse número baixou para 20. Assim, a expectativa de vida dos paranaenses que, em 2002, era de 72,0 anos para ambos os sexos, passou para 73,5 anos em 2005. Por sexo, a expectativa de vida dos homens passou de 69,0 em 2000 para 70,4 anos em 2005 e a das mulheres, de 75,1 para 76,7 anos em 2005.
"Ficamos felizes com essa constatação estatística do IBGE, o que comprova que o trabalho que realizamos está dando bons resultados", afirmou o secretário da Saúde, Cláudio Xavier. No ano passado, Xavier convocou todos os municípios do Paraná, incluindo a capital, a lutar contra a mortalidade materna e infantil. Na ocasião, Xavier convocou também as associações de classe voltadas à proteção da maternidade e infância e os hospitais e entidades privadas ligadas à área para reduzirem a mortalidade.
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No final do ano, o governador Roberto Requião e o secretário da Saúde assinaram um documento chamado "Pacto pela Vida", com a assinatura de várias instituições que se comprometeram a inserir em suas agendas ações estratégicas para a redução dos índices de mortalidade materna e infantil.
Para o presidente do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Infantil, Aristides Schier da Cruz, que nesta quinta-feira (30) foi eleito presidente da Sociedade Paranaense de Pediatria, vários fatores contribuíram para a redução na taxa de mortalidade infantil. Ele cita o incentivo ao aleitamento materno, o melhor atendimento à gestante de risco, a adoção de medidas de atenção básica à saúde, o trabalho conjunto entre a Secretaria estadual de Saúde e as secretarias municipais e a expansão do saneamento básico.
O secretário Cláudio Xavier destacou que no combate à mortalidade materno-infantil no Paraná o Governo do Estado desenvolve diversas ações que, em seu conjunto, vêm reduzindo os índices a cada ano. Segundo ele, "as gestantes e os bebês nunca receberam tanta atenção como agora". Entre elas está a construção de 130 centros da Saúde da Mulher e da Criança, que são unidades de atendimento para cuidados especiais. Eles serão de grande importância para diminuir a mortalidade materno-infantil. Numa primeira etapa, 56 municípios já iniciaram as obras e outras oito já estão em licitação.
Ações vêm sendo desenvolvidas com os 399 municípios do Estado estimulando a ampliação do aleitamento materno, desde as equipes do Programa Saúde da Família (PSF) até os hospitais Amigos da Criança. Em parceria com a Unicef, está sendo reproduzido material informativo com orientações sobre o aleitamento materno, a ser trabalhado em conjunto com os 399 municípios do Estando, incluindo Ongs, autoridades locais e escolas.
O Governo do Estado repassou quase R$ 1 milhão à Pastoral da Criança para o desenvolvimento de ações na atenção básica visando reduzir a mortalidade materno-infantil, contribuindo nas estratégias previstas no Pacto Estadual pela Vida. Além disso, foram ampliados de 12 para 44 os hospitais de referência para a gestação de alto risco, com um investimento de aproximadamente R$ 8 milhões. Ao mesmo tempo, ações pontuais por equipe multidisciplinar estão sendo desenvolvidas, atendendo às necessidades de municípios onde as taxas de mortalidade materna ou infantil estava acima da média no Estado.
Outro fator que contribuiu para a queda na taxa da mortalidade infantil foi o aumento, pela Secretaria de Saúde, para 330 os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal e pediátrica no Estado. Em 2002, eles eram 240.
No Paraná existem 22 Regionais de Saúde com Comitês Regionais de Prevenção da Mortalidade Infantil, que analisam os óbitos de crianças ocorridas em suas regiões. Ainda existem 188 comitês municipais que fazem a busca ativa desses óbitos para análise. O Paraná é o único estado da União que possui um sistema computacional criado pela Secretaria da Saúde para facilitar a transferência dos dados obtidos por estas análises municipais e regionais das mortes de bebês ocorridas no Estado.