O esqueleto do prédio do Fórum de Curitiba, no Centro Cívico, cujas obras estão paralisadas há anos por problemas técnicos, deverá ser implodido. O governador Jaime Lerner fará uma reunião hoje, às 15 horas, com os presidentes do Tribunal de Justiça, Sydney Zappa, da Assembléia Legislativa, Nelson Justus, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Paraná, Edgard Luiz de Albuquerque, e o prefeito Cassio Taniguchi.
O encontro desta tarde é consequência direta da pressão da OAB que na terça-feira da semana passada, dia 14, liderou uma "invasão" de advogados na construção inacabada. Houve implosão simbólica do edifício e foi colocada uma faixa com a frase: "Prédio público? Não. Vergonha pública!".
De acordo com o secretário da Comunicação Social, Rafael Greca, Lerner irá propor "a reengenharia dos espaços administrativos no Centro Cívico, com a destinação de outro prédio para abrigar o Fórum de Curitiba". Afirmou que há "consenso no Centro Cívico" sobre a implosão, e o encaminhamento da solução só não aconteceu antes porque "o governador estava apenas aguardando a volta do prefeito Cassio Taniguchi".
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A declaração foi uma resposta velada às críticas do presidente da OAB que afirmou na semana passada, ter conversado com o governador, o presidente do TJ, prefeito e presidente da AL e nenhuma medida havia sido tomada. A "vergonha pública", segundo os advogados, deveria estar funcionando há anos. O edifício começou a ser construído em 1985, no governo de José Richa, a pedido do Poder Judiciário. Por apresentar variados problemas na estrutura, teve as obras interrompidas e passou por várias construtoras.
Depois de enterrar R$ 14 milhões nas obras incompletas, o prédio transformou-se num símbolo de descaso oficial e de incógnita sobre seu destino. A esse valor já gasto, seriam necessários mais R$ 39 milhões - valor estimativo - para sua recuperação.
Com a venda do Banestado - exceto o antigo complexo do Centro Administrativo, no bairro de Santa Cândida -, várias secretarias de Estado lotadas no Centro Cívico deverão se mudar para esse local. A medida possibilitaria a adequação do Fórum nos edifícios Affonso Alves de Camargo, Caetano Munhoz da Rocha e Presidente Castelo Branco. As discussões sobre a viabilização de ocupação desses endereços deverão estar na pauta na reunião desta tarde.
Desperdício
O prédio do Fórum que começou a ser erguido em 1982, entre a Prefeitura de Curitiba e o Palácio Iguaçu, teve suas obras abandonadas em outubro de 1989, pelos problemas de engenharia detectados por especialistas. Durante os últimos 11 anos somaram-se outros fatores, ocasionados pelas intempéries do tempo.
Avaliações preliminares dão conta de que, para a recuperação da obra, cada metro quadrado custaria aproximadamente R$ 825,00. Como o projeto original prevê 39.291 metros quadrados de área construída, o valor total chegaria a R$ 32 milhões.
Outras despesas seriam acrescentadas: R$ 5 milhões com recuperação da estrutura, R$ 1,2 milhão em diferencial de custo do piso e mais R$ 400 mil em consultoria. O orçamento não traz números exatos, que seriam obtidos com estudos mais aprofundados.