O promotor do show ''Unidos pela Paz'', Athayde de Oliveira Neto, que desapareceu depois do tumulto, deve se apresentar na Delegacia de Homicídios até o final da tarde desta terça-feira. A informação é de seu advogado, Carlos Humberto Fernandes Silva. Ele não conseguiu o habeas-corpus para seu cliente, que teve a prisão temporária decretada no domingo.
Athayde foi indiciado por homicídio doloso. Ontem a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão para vistoriar o escritório de Athayde, no Bairro Atuba, em Curitiba. Segundo o superintendente da delegacia, Neimir Cristóvão, foram apreendidos cerca de 300 ingressos, livros e anotações, mas os policiais não encontraram documentos comprovando a autorização para o show.
Cristóvão informou que 10 vítimas e outras três testemunhas prestaram depoimento nesta segunda. As declarações, segundo ele, confirmam que havia excesso de pessoas, que não havia segurança em número suficiente e nem mesmo qualquer aparato para atendimento médico.
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Os co-responsáveis pelo show (no caso a direção do Jockey Clube do Paraná), informou o superintendente, também serão chamados a prestar esclarecimentos. A Folha não conseguiu contato com o presidente do Jockey, Luiz Mussi, que também é secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul.
Na secretaria, a reportagem foi informada que ele está viajando e só retorna em uma semana. Mussi não atendeu o celular e não retornou o recado. O advogado Carlos Humberto Fernandes Silva disse que Athayde alega inocência, pois ele teria cumprido todos os requisitos legais para a realização do show.
''O que houve foi uma fatalidade, um incidente lamentável'', disse. Ele garante que foram colocados 25 mil ingressos à venda e o espaço do Jockey previsto para o show teria capacidade para 30 mil pessoas. Disse também que foram contratados 700 seguranças.
O chefe de comunicação da Polícia Militar, major Roberson Luiz Bondaruck, disse que o promotor do show apenas comunicou a data de realização, mas não tomou as providências legais para que houvesse reforço policial no local do evento.
Segundo ele, a polícia é proibida, por lei, a fazer policiamento em eventos particulares, a menos que haja uma solicitação formal e o pagamento de uma taxa que nesse caso seria de R$ 700,00. O papel da polícia nesse tipo de evento é apenas para controlar trânsito, evitar tumultos e roubos nos arredores e não dentro do local.