O ministro dos Transportes João Henrique de Almeida Sousa e o governador Jaime Lerner (PFL) inauguraram o Contorno Leste de Curitiba, nesta quinta-feira, abaixo de dois protestos. Os ambientalistas cobraram a implementação imediata dos procedimentos de segurança ambiental previstos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) como condição para o licenciamento da obra. Outro protesto partiu do prefeito de Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, Roberto Adamoski (PMDB), que se recusou a subir no palanque montado para a inauguração porque as obras de finalização do contorno não foram realizadas em seu município.
''Eu não vou inaugurar uma obra que ainda não acabou'', disse o prefeito ao ser chamado para subir ao palanque junto às demais autoridades. Segundo Adamoski, as obras do contorno cortaram o município ao meio, na altura do Distrito de Borda do Campo, obrigando a população a atravessar a rodovia para se deslocar de um lado a outro da cidade. Ele também afirma que a construção da nova rodovia acabou destruindo as duas principais ruas do município.
O ministro tentou acalmar os ânimos. ''Às vezes é preciso complementar uma obra depois de acabada. É o caso de Quatro Barras, que está com um problema grave'', afirmou, ressaltando que o Departamento Nacional de de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) já assinou autorização para abertura de licitação para execução das obras complementares ao contorno, entre elas as reivindicadas pelo município.
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Para José Álvaro Carneiro, representante da União das Entidades Ambientalistas do Paraná (Uniap), o ministro garantiu que já assinou uma Ordem de Serviço para que sejam cumpridas as determinações do Ibama. ''Por enquanto o único jeito é rezar para que os anjinhos dos caminhoneiros não deixem acontecer nenhum acidente'', disse. Segundo Carneiro, o contorno foi construído em área de manancial que abastece 70% da água de Curitiba e, mesmo assim, não foram colocadas placas ao longo da estrada nem feito um plano de contingência em caso de acidente.
Apesar dos protestos, o ministro, governador e prefeito de Curitiba Cássio Taniguchi, não esconderam suas expectativas com a obra. ''É a segunda maior obra rodoviária do País, só comparável com os 60 quilômetros do Anel Rodoviário feito em São Paulo'', disse o ministro. O objetivo principal do contorno a é desviar o tráfego de veículos pesados da área urbana da BR-116 (hoje BR-476) em Curitiba e Região Metropolitana, para o novo traçado, mais afastado da cidade.