Portadores de doenças crônicas - como diabetes e hipertensão - podem economizar até um salário mínimo por mês em remédios, utilizando os serviços da Prefeitura de Curitiba. São 144 medicamentos, 54 deles destinados ao uso contínuo, que podem ser adquiridos gratuitamente nos postos de saúde. Uma listagem que aumenta gradualmente, segundo o superintendente da Secretaria Municipal de Saúde Micheli Caputo. Ele comenta que no ano passado foram distribuídos 48 milhões de remédios. Este ano, a estimativa é distribuir 60 milhões até o final de dezembro.
O aumento se justifica para atender a demanda, já que em alguns casos, o paciente não encontra os remédios que necessita e acaba tendo o orçamento prejudicado. A dona de casa Aglair da Silva, por exemplo, é hipertensa, mas não se adaptou a nenhum dos remédios que constam na relação da prefeitura. "Não consigo em nenhum posto e os médicos não substituem, então tenho que tirar dinheiro do meu bolso", lamenta Aglair, que gasta em média R$ 20,00 na cartela com 30 comprimidos e acaba "sacrificando" outros setores, para não comprometer o orçamento doméstico.
Situação semelhante acontece com o aposentado Domingos Vanderlei de Lima, que desembolsa R$ 270,00 por mês em remédios para controlar a diabetes. "Nem todos os receituários estão disponíveis nos postos de saúde", reclama.
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A Secretaria Municipal de Saúde admite que alguns remédios precisam ser incluídos na listagem e informa que em alguns setores isto já está sendo feito, como os destinados ao tratamento de transtornos mentais. A medida nessa área foi tomada, segundo explica Caputo, para diminuir o número de internamentos, o que acaba onerando o Estado. Ele comenta que foram gastos R$ 11 milhões em internações de pacientes com doenças mentais no ano passado, investimento que poderia estar sendo feito na prevenção, ou seja, em consultas e distribuição de medicamentos.
Para que esses remédios estejam incluídos na lista dos ofertados, esclarece Caputo, o produto precisa ter eficácia comprovada e fazer parte da relação nacional de medicamentos do Ministério de Saúde. O estoque desses remédios é dividido pelas 105 unidades de saúde da Prefeitura, que o distribui de acordo com o seu cadastro de pacientes.
O maior posto de distribuição é a unidade central, na Praça Ouvidor Pardinho, que atende 18 bairros e tem pelo menos mil pacientes cadastrados, isto é, que retiram medicamentos periodicamente. Somente de remédios para hipertensos, o posto distribui 65 mil por mês. A enfermeira Silvana Aparecida Ader comenta que nunca faltou medicamento no posto e que - caso isso aconteça - é realizado um pedido extra, que chega em, no máximo, dez dias.
A eficácia do programa é garantida, segundo o pizzaiolo Antonio Amadeu Lopes. Diabético, ele retira medicamento mensalmente no posto. "Se tivesse que comprar, seria R$ 60 a menos no orçamento", comemora. O aposentado Guido Padoni confirma e garante que economiza mais de R$ 100,00 mensais porque pode retirar os remédios recomendados no posto.
Para retirar os medicamentos, no entanto, é preciso fazer parte dos Programas de Saúde da prefeitura, que além das consultas periódicas de avaliação consistem em palestras de prevenção. A doméstica Maria da Trindade, por exemplo, tem problema de pressão e pode retirar os remédios - que constam na lista dos ofertados pelo município - mensalmente, com a condição de participar das reuniões uma vez por mês. "Como eu trabalho, eles deixam eu frequentar a cada três meses", conta.
Para saber quais os medicamentos que são distribuídos pela prefeitura, basta entrar em contato com qualquer unidade de saúde do município.