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Sepultar ou cremar, eis a questão

Maigue Gueths - Folha do Paraná
02 nov 2000 às 11:59

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A cremação e o sepultamento em cemitério vertical vêm ganhando espaço frente aos modos convencionais de destino de corpos, normalmente sepultados em gavetas horizontais ou enterrados em cemitérios estilo jardim. No Crematorium Metropolitan do Jardim da Saudade, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, criado em fevereiro, são realizadas em média cinco cremações por mês, mas a expectativa é que este número aumente para até 60 a 70 procedimentos mensais, a exemplo o que ocorre em cidades onde a prática existe há mais tempo. Já o Cemitério Vertical Universal, situado no bairro Tarumã, em Curitiba, começou acanhado há nove anos, e hoje já amplia o complexo com a construção do terceiro bloco, aumentando sua capacidade de 7 mil para 10 mil vagas.

Para os responsáveis pelos novos empreendimentos, as causas da resistência a essas inovações são a religião e cultura da população. "No começo foi difícil, porque as pessoas pensavam que no cemitério vertical os mortos seriam sepultados de pé", conta Carlos Camargo, gerente do Cemitério Vertical, o único do Paraná. No Brasil só existem mais dois cemitérios nesse sistema, segundo Camargo. Fazendo uma média de 30 sepultamentos por mês, a planta original prevê um complexo de seis blocos com capacidade para 25 mil lugares. Hoje, 2 mil jazigos estão ocupados.

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Segundo o superintendente do Crematorium, Gelson Matzenbacher, apenas duas religiões opõem-se abertamente à cremação dos mortos: os muçulmanos e judeus. Um detalhe interessante é que, ao contrário do que se vê em filmes de cinema, onde as cinzas de pessoas cremadas normalmente são jogados em paisagens paradisíacas, a maioria das pessoas prefere deixar as cinzas guardadas. "Faz parte da cultura brasileira ter um local para fazer uma homenagem, ter uma lápide para chorar, ir a um local no Dia de Finados", explica. Ele calcula que entre as 40 cremações feitas nestes nove meses de funcionamento, "só uma ou duas pessoas levaram as cinzas para jogar no mar". A maioria preferiu depositar as urnas com as cinzas, chamadas de urnas cinerárias, em cemitérios junto aos jazigos da família. Por isso, o crematório e muitos cemitérios tradicionais estão providenciando a construção de columbários (uma espécie de cemitério de cinzas), constituído de pequenas gavetas, onde as pessoas podem deixar as urnas com as cinzas de seus mortos.

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As maiores vantagens da cremação e do cemitério vertical são, sem dúvida, o menor preço em relação ao sistema convencional, além do reduzido espaço necessário para os corpos. Enquanto um funeral custa em média R$ 1,7 mil, a cremação fica em torno de R$ 750, e um ossário - sistema mais barato do cemitério vertical - fica em R$ 500 com taxa anual de manutenção de R$ 22,50.

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Os cálculos são do próprio Matzenbacher, que é também membro do Sindicato dos Cemitérios Particulares do Paraná. Ele calcula ainda que um lote em cemitério sai entre R$ 500 a R$ 6 mil. A economia na cremação, para ele, é de 55% para um custo em torno de R$ 750,00. Os valores, entretanto, podem subir até R$ 2 mil caso os familiares optem por uma urna cinerária mais suntuosa. No Cemitério Vertical, uma gaveta chega a custar R$ 1,7 mil, mas há a opção bem mais em conta de adquirir um ossário. Por R$ 500 o corpo fica cerca de três anos em um jazigo, sendo depois os ossos transferidos para o ossário (uma caixa de 80 centímetros). Nesse preço estão incluídos todos os procedimentos funerais para toda a família.


Cremação


A pessoa que tem interesse em ser cremada precisa expressar o desejo em uma declaração, mas a família também pode fazer a opção. A cremação é indicada em casos de morte natural, com laudo de dois médicos legistas que indiquem o procedimento e, em caso de morte provocada, só com autorização judicial. Em geral, a cremação dura 2h30min.

A cremação é feita em um forno a 900 graus centígrados e posteriormente a 1.500 graus. O caixão é queimado junto, por isso é recomendável o uso de uma urna apropriada, sem peças de metal e vidros e com alças de corda. As cinzas são retiradas do forno e levadas para um aparelho chamado centrífuga, onde os materiais metálicos são separados. A cinzas ainda são colocadas num triturador, que vai garantir a transformação dos ossos em pó. Depois deste processo, sobram cerca de 2,5 quilos de cinzas, que são armazenadas em uma urna cinerária.


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