Bebidas apreendidas pela Receita Federal em postos de fiscalização do Paraná estão sendo transformadas em álcool em gel, álcool para limpeza geral e álcool combustível (etanol) no laboratório de produção de biocombustíveis do Campus Cedetec da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava, região Central do Estado. O projeto foi criado para dar um destino ecológico e socialmente correto às bebidas. A produção é de 200 litros de álcool por dia.
O Projeto Físico-químico para Recuperação de Álcool Presente em Bebidas começou em 2009. No ano passado foram embalados 5 mil frascos tipo bisnaga de álcool em gel, o que representa 2 mil quilos.
Parte do álcool em gel e para limpeza é utilizado nos departamentos administrativos das unidades da Unicentro em Guarapuava (Santa Cruz e Cedetec), Irati, Chopinzinho, Laranjeiras do Sul, Pitanga e Prudentópolis. O restante é destinado para os postos da Receita Federal no Estado. Já o álcool combustível abastece cinco veículos da universidade.
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O coordenador do projeto, o professor de química da Unicentro Maico Cunha, contou que a iniciativa surgiu de um projeto-piloto que avaliou a viabilidade técnica de produção de álcool a partir das bebidas. "O álcool é separado da bebida por um processo físico-químico de destilação contínua, com o auxílio de um sistema de colunas. Os outros componentes da mistura – água e açúcares – são utilizados pelo Setor de Agronomia do campus, e as embalagens são destinadas para cooperativas de reciclagem do município", explica.
Segundo ele, o álcool é extraído dos mais variados tipos de bebidas, como cerveja, licores, wisky, vodka, vinho. A quantidade retirada varia conforme o teor alcoólico da matéria prima, que vai de 4% a 70%, conforme a composição da bebida.
"A iniciativa é importante porque reaproveita produtos apreendidos pela Receita Federal que ficariam nos depósitos, ocupando espaço e sem uma destinação correta. A universidade cumpre o seu papel de estar a serviço da criação de novas práticas que atendam aos interesses dos organismos de governo e da sociedade civil organizada", diz o vice-reitor da Unicentro, Aldo Nelson Bona.
"A destruição deste produto era feita em aterros e o líquido acabava contaminado o lençol freático. A partir da doação para iniciativas ambientalmente corretas como esta, minimizamos este tipo de dano e temos menos material se deteriorando nos depósitos", disse Wilson de Souza, presidente da comissão de destruição da inspetoria da Superintendência da Receita Federal - 9º Região.