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Vazamento: ecologistas avaliam danos

Maigue Gueths - Folha do Paraná
19 fev 2001 às 11:54

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Percorrendo os rios Sagrado, das Neves e Nhundiaquara - todos atingidos pelo vazamento do oleoduto da Petrobras - é possível verificar as primeiras consequências do acidente para o meio ambiente. O piri - vegetação da margem dos rios - teve mais de 30 centímetros de altura atingido pelo produto e as folhas que tocam na água foram queimadas pelo diesel. Muitos peixes também estão morrendo.

Além do lambari, que vive na superfície, espécies das profundezas, como o cascudo, bagre, cará e mandi, também já estão morrendo. "É uma prova de que o óleo não está só atingindo a superfície. Infelizmente ele já está afetando o fundo dos rios", diz José Marcelo Rocha Aranha, doutor em ecologia e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Segundo ele, acumulado no fundo, o óleo pode continuar a agir sobre os animais. Mais de vinte espécies de peixes vivem nestes rios.

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A morte de muitas traíras também surpreendeu o professor. "A traíra é topo de cadeia, o maior predador do ambiente e o mais resistente", diz Aranha. Os peixes estão morrendo, de acordo com ele, por asfixia devido à intoxicação do produto. Ou seja, o problema não é a ausência de oxigênio na água, mas sim o contato com o produto tóxico.

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Para o secretário estadual do Meio Ambiente José Antônio Andreguetto, independente da quantidade de óleo vazada, "o acidente é gravíssimo", uma vez que aconteceu dentro de uma área de preservação bastante conservada. De acordo com Ciro Oliveira Ribeiro, especialista em Toxicologia Ambiental e professor do Departamento de Biologia Molecular da UFPR, os rios Sagrado, das Neves e Nhundiaquara representam muito para todo o meio ambiente da baía de Paranaguá. É que estes rios servem como berçário de espécies marinhas, abrigando ies de crustáceos e filhotes de peixes, que depois vão para o mar. "Isso sem falar nos animais que vem ao rio buscar alimentos, como a lontra, alguns mamíferos, aves e insetos", diz Ribeiro.


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