Agentes da Corregedoria da Polícia Civil do Rio prenderam, nesta quinta-feira, 30, um delegado e cinco inspetores da instituição acusados de cobrar propina de comerciantes na cidade de Magé, na Baixada Fluminense.
Além dos seis policiais civis, outro inspetor e um homem que fingia ser policial civil também foram denunciados pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ) pelos crimes de formação de quadrilha armada, concussão (exigir vantagem indevida em razão do cargo), corrupção passiva e usurpação de função pública. Todos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Segundo a denúncia do MP-RJ, o grupo era lotado na 66ª DP (Piabetá), em Magé, e atuava exigindo dinheiro de comerciantes e prestadores de serviço da região. A cobrança de propinas teria começado em fevereiro do ano passado. De acordo com as investigações da Corregedoria, o delegado Carlos Alberto Quelotti Villar, à época titular da 66ª DP, chefiava as ações, dando ordens aos inspetores Renato de Simone, Eduardo de Simone, Lucimar de Souza, Adilson de Freitas Silva e Gustavo de Azeredo Lima. Já Heldongil Azevedo Aleixo, conhecido como Cigano, tinha livre acesso à delegacia e agia como se fosse policial, utilizando armas de fogo.
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Ainda de acordo com a denúncia do MP-RJ, Cigano era o único da quadrilha a manter contato pessoal com as vítimas. Para intimidá-las a pagar propina, ele utilizava uma arma. As propinas eram cobradas mensalmente, com valores que variavam entre R$ 100 e R$ 400. Proprietários de ferros-velhos; depósitos de gás, lan houses e mototaxistas eram os alvos preferidos.
Já o inspetor João Paulo Nascimento, o Paulão, mesmo depois de ser transferido para outra delegacia, continuou participando das ações.
Foram presos nesta quinta o delegado Quelotti, os inspetores Eduardo, Lucimar, Adilson, João Paulo e Gustavo; e o falso policial Cigano. Já o inspetor Renato morreu recentemente. Todos os presos foram levados para o Presídio Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro. De acordo com o corregedor da Polícia Civil, delegado Gilson Emiliano, os policiais responderão a processo administrativo-disciplinar, que pode culminar na sua demissão do serviço público.