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Falta de delegados limita a atuação da Polícia

Rodrigo Sais - Folha do Paraná
31 out 2001 às 16:36

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Um assalto a uma agência de Banestado de Agudos do Sul, na segunda-feira, trouxe novamente à tona o problema da falta de delegados nos municípios da Região Metropolitana de Curitiba. Além de Agudos do Sul, o delegado Noel Francisco da Silva responde pelos municípios de Fazenda Rio Grande, Mandirituba e Quitandinha.

Em Mandirituba, o prefeito Luiz Carlos Chimim (PPB) ameaça entrar com um mandado de segurança caso não seja designado um delegado para a cidade. Desde o dia 26 de setembro, apenas um funcionário responde pela delegacia. "O número de pequenos furtos aumentou muito desde que ficamos sem um responsável pela delegacia", queixa-se Chimim.

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Os delegados dos quatro municípios teriam sido afastados por serem "calças-curtas", ou seja, delegados que não são de carreira. Mas o prefeito de Mandirituba argumenta que este não foi o motivo do afastamento de Claudir Dalla Costa. "Ele era formado em Direito e havia passado em um concurso para exercer a função. Era um excelente profissional", elogiou Chimim.

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Segundo o prefeito, a demissão do delegado Claudir Dalla Costa ocorreu devido a pressões políticas do deputado estadual Geraldo Cartário (PSL) que teria ligações com o ex-prefeito de Mandirituba, Francisco Rualdo Claudino.

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O motivo foi a denúncia feita por Dalla Costa sobre o escrivão Eros Pinheiro, que haveria retirado páginas de processos contra o ex-prefeito que acusavam-o de improbidade administrativa. Chimim afirma que Cartário teria feito pressão junto ao secretário estadual de Segurança Pública, José Tavares, para que Dalla Costa fosse afastado da delegacia de Mandirituba. Em troca, o deputado teria supostamente concordado em votar contra o projeto popular que impedia a venda da Copel.


No dia 16 de agosto, um dia após a primeira votação do projeto popular, a delegacia-geral do Estado indicou Francisco Claudino, filho do ex-prefeito, para responder administrativamente pela delegacia de Mandirituba. A nomeação causou revolta em Chimim. "Procurei o (secretário) Tavares e falei que se o Claudino assumisse, eu denunciava a venda do voto do Cartário" afirma. No dia seguinte, a indicação foi revogada.

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A reação de Chimim contra a nomeação do filho de um adversário político para a delegacia teve detalhes inusitados. "Mandei posicionar dois tratores em frente à delegacia e avisei que se o Claudino assumisse, eu mandava derrubar o prédio", disse Chimim.


A situação permaneceu tensa até o dia 14 de setembro, quando o delegado-geral do Estado, Leonyl Ribeiro, indicou Noel Francisco da Silva para assumir a chefia acumulada das delegacias dos municípios de Mandirituba e Fazenda Rio Grande. Doze dias depois, Noel da Silva solicitou o afastamento de Claudir Dalla Costa.

Atualmente, somente um funcionário administra o distrito policial e a cadeia de Mandirituba. A prefeitura retirou os quatro guardas municipais que auxiliavam na guarda dos detentos. Um preso é o responsável pela compra e o preparo dos alimentos para seus companheiros.


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