O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) concluiu na última sexta-feira o 17º inquérito da operação que investiga o esquema de exploração sexual desmontado em Londrina em janeiro. De acordo com o delegado do Gaeco, Alan Flore, além da garota de 13 anos que está grávida, as investigações do mesmo inquérito identificaram outra vítima da mesma idade que também foi abusada no crime enquadrado como estupro de vulnerável (menor de 14 anos).
O delegado não deu mais detalhes por conta do caso correr em segredo de justiça. A promotora Susana Lacerda comentou que possíveis novos inquéritos devem ser abertos.Cinco pessoas foram indiciadas. O ex-auditor da Receita Estadual Luiz Antonio de Souza e o empresário Iris Moreira, que já estavam presos por serem investigados em outros inquéritos; o ex-vereador Zaqueu Berbel, o empresário Fabiano Rodrigues de Oliveira Filho – que permanece foragido - e Laisa Pereira da Silva, de 19 anos, presa há 12 dias. Os quatro homens foram acusados de estupro de vulnerável e Laisa por aliciamento de garotas mediante pagamento.
A prisão de Berbel, no fim do mês passado, desencadeou as outras ações do inquérito. Segundo as investigações, o ex-vereador manteve, sistematicamente, por mais de dois anos, relações sexuais com a primeira garota de 13 anos identificada. A partir de então foi levantada a participação de Luiz Antônio de Souza, preso desde 13 de janeiro ao ser flagrado com uma garota de 15 anos em um motel; Iris Moreira, dono de um conhecido motel da cidade, detido há mais de um mês; e de Oliveira Filho, com mandado de prisão expedido pela 6ª Vara Criminal.
Leia mais:
Homem invade casa de ex-companheira, a esfaqueia no seio e acaba preso em Apucarana
Casal afirma ter sido vítima de agressões verbais e físicas por grupo de pessoas em Apucarana
Homem acusado de atear fogo no rosto da esposa é preso em Londrina
Casal é preso por usar ferramenta para abrir caixas eletrônicos em agência bancária de Ibiporã
"Continuamos com as diligências para localizar o empresário foragido e cumprir o mandado de prisão, evitando assim colocar outras pessoas em perigo, uma vez que se trata de um crime de pedofilia", declarou Flore. Desde 13 de janeiro, o Gaeco já concluiu 17 inquéritos, e atualmente está com outros três em andamento. Neste período, 14 pessoas foram presas por envolvimento com a prostituição de crianças e adolescentes e cerca de 50 vítimas foram identificadas. O delegado adiantou que outros procedimentos devem ser instaurados nos próximos dias.
A primeira audiência do caso, referente ao primeiro inquérito, marcada para a terça-feira passada, quando seriam ouvidos Luiz Antonio de Souza e Carla de Jesus, acusada de aliciar a própria irmã, foi adiada para o dia 20 deste mês. O adiamento foi provocado pela troca de advogado do ex-auditor. Durante a primeira audiência, a juíza da 6ª Vara Criminal de Londrina, Zilda Romero, deverá ouvir os argumentos do Ministério Público (MP) e da defesa dos acusados, além de depoimentos da vítima e dos próprios suspeitos.