A Polícia Militar de Carlópolis (Norte Pioneiro) prendeu nesta quarta-feira (21) um homem de 52 anos tido como suspeito de atear fogo na esposa, Sueli Pedroso de Oliveira, e a filha de quatro anos do casal, quando as duas estavam em casa. Elas foram em estado grave inicialmente para a Santa Casa de Jacarezinho e transferidas no mesmo dia para o HU (Hospital Universitário) de Londrina, onde permanecem internadas na UTI da Central de Tratamento de Queimados (CTQ). De acordo com a assessoria, a mãe é a única que respira sem aparelhos.
Em depoimento à delegada Patrícia Taborda, responsável pelo caso, dois policiais militares que prenderam o homem informaram que foram chamados por vizinhos de que uma residência estava em chamas. No local, disseram que o incêndio tinha sido provocado pelo homem detido. Uma testemunha avisou que ele havia fugido com outro filho que tem com Sueli, um adolescente de 13 anos, para o meio do mato.
A PM procurou o suspeito no matagal, mas encontrou apenas o menor. Durante as buscas, os agentes foram comunicados por outra equipe que o marido procurou atendimento no hospital de Carlópolis, para onde as vítimas foram encaminhadas. Segundo os policiais, a mulher relatou que o esposo incendiou o imóvel depois que os dois discutiram. O motivo da briga ainda é desconhecido.
Leia mais:
Celulares de delator do PCC foram resetados após apreensão pela polícia em 2022
Homem condenado por matar a esposa é preso 24 anos após o crime no Paraná
PRF apreende 33 barras de ouro em caminhonete na amazônia
Homem que trabalhava em reforma é acusado de importunar sexualmente mulher e acaba preso em Califórnia
Ainda segundo a polícia, a mãe disse que a filha estava na sala quando o fogo se alastrou. Ela comentou que o companheiro, mesmo após o início das chamas, "jogou mais gasolina em suas costas". Depois de ser preso, ele preferiu ficar quieto quando foi interrogado.
Nesta quinta (22), a juíza Paula Chedid Magalhães, que estava de plantão, decretou a prisão preventiva - que vale por tempo indeterminado - do homem, que acabou autuado por tentativa de de feminicídio. A magistrada avaliou que o suposto crime foi cometido por motivo banal e escreveu que "o ambiente familiar é o local onde se exerce o maior conforto e liberdade nesta vida, mas igualmente demanda maior reprovabilidade legal quando sua paz é violada".
No despacho, ela observou que o suspeito "revela profunda desconsideração não só com sua esposa, mas também com toda a coletividade e a própria filha". Ao analisar a declaração da mulher à polícia, a juíza entendeu que "a ausência de arrependimento dele é igualmente demonstrada por sua imediata fuga do local do delito, sem prestar qualquer ajuda. Sua busca ao pronto socorro não foi para saber como estavam a mulher e a filha, que aparentemente abandonara à própria sorte, mas para cuidar dos ferimentos sofridos por si".
O homem, que nunca tinha sido preso, continua na cadeia de Carlópolis.