O Tribunal do Júri condenou na última terça-feira (20) duas pessoas pelo assassinato de José Carlos da Silva, detento encontrado morto em 2 de fevereiro de 2017 em uma das celas da PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina), no conjunto Cafezal, zona sul. Tiago Vieira Lúcio e Edivaldo da Silva Menezes foram sentenciados por homicídio duplamente qualificado. Segundo a decisão, os dois, respectivamente, ficarão de 12 a 17 anos em regime fechado. Eles já responderam o processo criminal na cadeia.
Com base em um laudo do IML (Instituto Médico Legal), o Ministério Público denunciou a dupla e outros dois detentos, que acabaram inocentados no júri popular. De acordo com a acusação, eles usaram uma barra de ferro aquecida e estrangularam a vítima. No dia seguinte, quando a morte foi comunicada para a direção do presídio, a cena do crime teria sido alterada para confundir a Polícia Civil e o Instituto de Criminalística.
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Detento é encontrado morto na PEL 1
Para o MP, os presos amarraram um lençol no pescoço de José Silva e suspenderam até que o corpo ficasse em contato com o solo, dando a entender para o delegado e o perito que o companheiro de cela tivesse se suicidado.
"Não participei do homicídio. Quando aconteceu, estava dormindo. Fui acordado e ele (vítima) já estava pendurado. Eu não dormia perto dele. Na hora disseram que ele teria se matado. Meu relacionamento com ele era bom, nunca tive problema. Ele tinha brigado com outros lá da cela", disse Edivaldo Menezes durante interrogatório conduzido pela juíza Deborah Penna. O outro réu não chegou a ser ouvido na sessão.
No final de outubro de 2018, o caso foi julgamento pelo Conselho de Sentença, mas o resultado foi anulado pelo Tribunal de Justiça em março deste ano depois de recurso impetrado pelo Ministério Público. Na ocasião, Edivaldo e Tiago haviam sido absolvidos. Com o novo júri, eles foram condenados, assim como os outros dois no julgamento anterior.
José Carlos da Silva estava há preso há mais de 20 anos por várias passagens pela polícia, como roubo e homicídio. O advogado Bruno Brunetta, que defende Tiago Lúcio, disse que "respeita a decisão do júri", mas não soube informar se entrará com recurso em segunda instância. O Bonde tenta contato com a defesa de Edivaldo Menezes, mas não teve retorno.