Até o final de janeiro de 2020 foram registrados seis inquéritos pela prática de homicídios dolosos em Londrina. Os dados são da Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Paraná. Apenas os crimes dolosos - quando o autor tem intenção de praticar o ato - entram na estatística.
Nos últimos anos, segundo os dados disponibilizados no site da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, a taxa de homicídios tem caído. Em janeiro de 2019, foram registrados cinco homicídios dolosos em Londrina. No mesmo período de 2018, foram dois; em 2017 foram 21 e, em 2016, 25.
Segundo o delegado responsável pela Delegacia de Homicídios de Londrina, João Batista dos Reis, que está à frente da unidade desde fevereiro de 2019, Londrina anida está dentro da média.
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Como esclarece Reis, não existe uma zona específica da cidade na qual os homicídios sejam mais frequentes. Contudo, ele aponta que a maioria das vítimas já possui algum tipo de envolvimento com a criminalidade."Os homicídios em Londrina normalmente e infelizmente são de pessoas que já têm passagens policiais. Não todos, mas uma boa quantidade", avalia. Por isso, o delegado explica que o principal eixo para a investigação está na vida pregressa da vítima, ou seja, quem a pessoa era, se possuía desavenças, se tinha envolvimento com outros crimes, entre outros dados.
Para João Batista, o crime de homicídio tem a particularidade de ter uma investigação mais complexa. Ele comenta, por exemplo, um caso recentemente solucionado pela delegacia, cuja causa foi outro homicídio cometido há cerca de cinco anos. "O crime homicídio não é de rápida resolução. Porque primeiramente você precisa de laudos e de testemunhas. Não pode sair fazendo prisões a esmo [...] Temos que ter bastante cautela", afirma.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o Brasil possui uma taxa de homicídios cinco vezes maior que a média mundial: enquanto no país se registram 30,1 homicídios a cada 100 mil habitantes, no resto do mundo são registrados apenas seis.
Somente dois homicídios por causas passionais foram registrados em 2019 em Londrina. Segundo Reis, há também um terceiro caso que ainda está em investigação. Esses dados, contudo, não contemplam os feminicídios.
(*Sob supervisão de Fernanda Circhia)