A desempregada Cláudia Soares Colasso, 27 anos, vai responder a inquérito policial sob a acusação de ter entregue o filho recém-nascido a um casal de Curitiba em troca de um fogão, um botijão de gás e gêneros alimentícios.
O crime está previsto no artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente e a mãe poderá pegar de um a quatro anos de prisão, além de multa. A informação é do delegado titular do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride), Harry Carlos Herbert, que está conduzindo as investigações.
O vendedor Idevaldo de Amaral e a dona-de-casa Sheila Regina Polerá de Amaral - casal que comprou a criança por não poder ter filhos - além de serem enquadrados no mesmo artigo, responderão por registro falso, previsto no artigo 242 do Código Penal. Eles moram no bairro Novo Mundo e registraram o bebê em um cartório da Cidade Industrial como sendo os pais biológicos. As testemunhas que assinaram o registro, segundo Herbert, também serão indiciadas.
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Cláudia teve a criança no dia 4 de julho em um hospital de São José dos Pinhais. O delegado informou que uma terceira pessoa, Neildes Aragão da Rocha, assistente de uma creche, atuou como intermediária na troca e responderá como co-partícipe.
A denúncia partiu do pai biológico, o vendedor Aldair Ferreira, que procurou o Conselho Tutelar do Bairro Novo, acusando sua ex-companheira de ter vendido a criança. Ele foi encaminhado ao 10º Distrito Policial que, por sua vez, encaminhou-o ao Sicride.
De acordo com o delegado, Cláudia já abandonou outros quatro filhos, dois em Curitiba e dois em Foz do Iguaçu. Herbert informou ainda que esse tipo de caso - chamado de "adoção à brasileira" - é o de maior incidência, atualmente, no Sicride. "Nossa recomendação aos pais que quiserem adotar uma criança, que procurem os meios legais, pois do contrário estarão sujeitos a ir para a cadeia", alertou.