O dramaturgo paranaense Mário Bortolotto, 47 anos, baleado ontem está reagindo bem, segundo o médico Vicente Dorgan Neto, da Santa Casa. A equipe médica já diminui a quantidade de medicamentos e se continuar assim, o dramaturgo pode ser acordado na madrugada de segunda ou em 24 horas. No momento ele está respirando por aparelhos, sob sedação. Segundo o médico, há ainda grande risco de infecção.
O dramaturgo que é fundador do grupo de teatro Cemitério de Automóveis e autor de peças como Nossa Vida Não Vale Um Chevrolet, e o músico e desenhista Henrique Figueroa - conhecido como Carcarah - foram baleados ontem, às 5h30, durante tentativa de assalto no bar do Espaço Parlapatões, na Praça Roosevelt, no centro.
Carcarah recebeu três tiros na perna direita e segue internado no Hospital Sírio Libanês, mas não corre risco de morrer. Já Bortolotto foi atingido provavelmente por duas balas, que provocaram três perfurações: uma perto no pescoço e duas no tórax. Ele precisou receber oito bolsas de sangue. "O coração foi ferido. Com esse tipo de machucado, dificilmente chega-se vivo ao hospital. Mário deu sorte", afirmou o médico.
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Os tiros foram disparados por quatro homens que invadiram o espaço após renderem o segurança. O local é frequentado por pessoas ligadas à arte e as reuniões sempre acontecem após as apresentações das peças - desta vez, está em cartaz Brutal, escrita por Bortolotto. O espetáculo terminou às 2h30 e 25 pessoas ainda estavam reunidas após três horas, quando o assalto começou.
Os bandidos fugiram em uma Parati. Ninguém foi preso e a única pista para o 4º Distrito Policial, que investiga o caso, são as imagens de segurança feitas pela câmera do bar.
Os Parlapatões suspenderam apresentações, mas os artistas dos palcos vizinhos diziam que o "teatro tem de continuar". "O Bortolotto ficaria muito bravo se a comédia parasse", observou Lulu Pavarin, que prometia apresentar A Locadora de Vídeos.