O Ministério Público do Paraná vai pedir a interdição da carceragem do 3º Distrito Policial de Curitiba. O pedido será analisado pelo juiz Roberto Massaru, da Vara de Execuções Penais. Desde a rebelião dos presos, no dia 30 de junho, que destruiu boa parte das instalações, 99 detentos estão soltos em duas galerias, separados da parte administrativa por apenas uma grade. As grades internas que faziam a divisão das celas foram derrubadas durante o motim. O Distrito tem capacidade para abrigar 40 detentos.
O delegado geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, prometeu para a semana que vem o início das obras para reconstrução do que foi danificado durante a rebelião. Ele estima que a reforma seja concluída em duas semanas. O prejuízo, segundo Ribeiro, foi de aproximadamente R$ 25 mil. O delegado não quis comentar o pedido de interdição do Ministério Público. "Estamos fazendo o possível para regularizar a situação do 3º Distrito o quanto antes", declarou.
O clima de tensão e insegurança é constante no 3º Distrito, já que as brigas entre os presos, soltos pelas galerias, tornaram-se mais frequentes. Um dos principais motivos da rebelião no final de junho já tinha sido o problema da superlotação. Na ocasião, o distrito abrigava 149 detentos, 15 deles já condenados. "Os presos de maior periculosidade nós conseguimos transferir, mas mesmo assim as brigas acontecem", afirmou o delegado titular Gerson Machado. Ele admitiu que o distrito convive com um risco bem maior de uma fuga em massa.
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Segundo Machado, 62 presos foram transferidos para outras delegacias, distritos e para o Centro de Observação e Triagem (COT) da Prisão Provisória do Ahú, restando 87 detentos no 3º Distrito. Entretanto, com as autuações em flagrante feitas nas duas últimas semanas, o total de internos aumentou para 99.
As visitas, por questão de segurança, continuam proibidas. Os presos só estão mantendo contato com seus advogados e recebem assistência médica duas vezes por semana.