A Agência de Inteligência da Polícia Civil do Paraná apreendeu 380 bananas de dinamite e prendeu três pessoas, nesta sexta-feira (25). Resultado de uma investigação que durou seis meses, a operação desarticulou a maior quadrilha de assaltos a bancos e caixas eletrônicos com uso de explosivos no Paraná e Santa Catarina.
O trabalho teve a colaboração de setores de inteligência da polícia de Santa Catarina. Estão presas dez pessoas que faziam parte do grupo (sete delas detidas anteriormente), que até o momento confessou pelo menos sete assaltos no Paraná além de três em Santa Catarina. Os nomes dos presos não foram revelados, para não comprometer outras investigações.
Os dois homens e uma mulher presos nesta sexta-feira em Curitiba mantinham vidas paralelas como trabalhadores e estudantes e não se envolviam diretamente nas ações. Eles eram responsáveis por trocar de lugar, esconder e cuidar dos explosivos, para evitar que fossem descobertos pela polícia quando outros integrantes fossem presos. Os três serão indiciados por formação de quadrilha e posse de material explosivo e responderão pela coautoria de outros crimes.
Leia mais:
Em Londrina, comerciante é preso suspeito de latrocínio de PM
Homem ameaça companheira, é preso e debocha de policiais urinando no chão em delegacia em Arapongas
Adolescente é apreendido após ser acusado de roubar bolsa de idosa em Londrina
Passageira de moto morre em acidente com ônibus na BR-369, em Rolândia
Os três presos indicaram o local onde o material apreendido estava enterrado, em uma mata na divisa entre São José dos Pinhais e Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. São 115 quilos de explosivos que podem ter sido roubados de uma pedreira na região de Almirante Tamandaré, no ano passado. O material passará por perícia e será encaminhado ao Exército brasileiro, para ser destruído.
PRISÕES – As investigações dos órgãos de inteligência do Paraná começaram em dezembro de 2011 e a primeira prisão ocorreu em Navegantes (SC), em 13 de janeiro de 2012, quando o bando foi surpreendido ao tentar arrombar um caixa eletrônico. Houve troca de tiros com policiais militares catarinenses e um homem foi preso.
A segunda parte das prisões ocorreu em fevereiro, quando o grupo planejava uma ação em Campo Mourão, no Noroeste do Paraná. Houve nova troca de tiros, que levou à morte de um assaltante. Três outros foram presos e confessaram o roubo de dinamite da pedreira e vários outros. Eles levaram a polícia a locais onde escondiam outras 79 bananas de dinamite, na região de divisa entre Almirante Tamandaré e Curitiba.
Em 28 de fevereiro foram presos mais três integrantes do bando na rodoviária de Joinvile (SC), onde tentavam embarcar em um ônibus com sete bananas de dinamite, espoletas e cordel detonante. O destino era São Paulo, onde pretendiam atacar bancos da região de Mauá.
De acordo com o diretor da Agência de Inteligência da Polícia Civil, Silvio Rockembach, desde que as investigações foram iniciadas e ocorreram as primeiras prisões dos membros dessa quadrilha, caiu sensivelmente o número de ataques a bancos. Segundo ele, pela quantidade de explosivo, o grupo ainda reunia condições para fazer centenas de assaltos.
Rockembach informou que a Secretaria de Estado da Segurança Pública e o Ministério Público trabalham em um estudo técnico, com apoio da Federação Brasileira de Bancos, para regulamentar e estabelecer padrões mínimos para a instalação de caixas eletrônicos e agências. O estudo também prevê a correção de falhas nos procedimentos de segurança para armazenamento e controle por parte das empresas que trabalham com esse tipo de material explosivo no Paraná.