Quatro integrantes de uma quadrilha que planejava os assassinatos do juiz Raphael Rezende das Chagas, da Comarca de Maricá e de um delegado, foram presos hoje (6) pela polícia do Rio de Janeiro, que recolheu ainda uma arma com numeração raspada, drogas e material para embalagem de narcóticos. Sete pessoas já haviam sido presas antes, totalizando 11 detidos por participação no bando.
A justiça expediu 26 mandados de prisão preventiva por associação para o tráfico e formação de quadrilha, entre eles contra três policiais militares e um ex-policial militar. Segundo as investigações, os policiais militares abasteciam o tráfico de drogas de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá. A Polícia Civil e o Ministério Público iniciaram as investigações após a prisão de dois policiais militares por homicídio. Em consequência da prisão desses policiais, o juiz, que estava à frente da comarca de Maricá na época, foi ameaçado de morte, assim como o delegado que chefiava a Divisão de Homicídios de Niterói, Itaboraí e São Gonçalo (DH-NISG), responsável pela desarticulação da quadrilha, junto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP.
De acordo com o delegado titular da DH-NISG, Fábio Barucke, o inquérito instaurado por causa dessa ameaça comprovou a existência da organização criminosa, que tinha como intuito abastecer de drogas as comunidades da região.
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"Na época, o chefe da quadrilha foi assassinado e numa busca e apreensão na casa dele foi encontrada uma carta onde ele revelava o plano para matar o delegado. Uma testemunha narrou que existia também um plano contra o juiz da da comarca de Maricá. Em razão dessa apreensão e dessa testemunha, verificou-se que existia essa quadrilha, com intenção de executar tais autoridades"
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De acordo com a denúncia, a quadrilha é chefiada por Adriano Moreira Abrahão, conhecido como "Ninho", que comanda a organização criminosa nas duas cidades. Já os policiais militares, além do tráfico, davam cobertura aos negócios ilícitos da quadrilha, faziam a segurança de seus integrantes e a escolta do transporte das drogas.
Segundo Barucke, os policiais militares atuavam na quadrilha de fato como traficantes: "Eles estavam ali como integrantes da quadrilha e ganhavam dinheiro utilizando as práticas da venda de drogas, abastecimento de armas e drogas e transporte dessas mercadorias. As armas eram fornecidas à quadrilha por esses policiais".
Outra operação realizada hoje pela Gaeco resultou na prisão dos policiais civis Diogo Ferrari, Conrado Coimbra e Anderson Pinheiro Rios, todos lotados na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA). De acordo com as investigações, os policiais são acusados de extorquir empresários.
Os policiais presos simulavam flagrantes em funcionários de empresas de caminhões, que eram encaminhados à sede da DPMA com a exigência de uma propina para a liberação de uma falsa denúncia de crime ambiental. A partir de então, eles ofereciam aos empresários um pagamento mensal para que as empresas não fossem investigadas. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas casas dos policiais e na sede da DPMA. Os agentes responderão pelos crimes de extorsão, extorsão mediante sequestro e organização criminosa.