O delegado titular da 6ª Delegacia da Infância e Adolescência de Florianópolis Ricardo Guedes da Cunha afirmou nesta terça-feira que em aproximadamente 30 dias poderá identificar o autor da ameaça de morte feita à estudante Isadora Faber, 13 anos. Ao assumir o caso, disse que vai pedir, judicialmente, a quebra do número do Protocolo de Internet (IP) do responsável pela postagem publicada na rede social Facebook, sábado passado, que trazia ameaças de morte contra Isadora, seus pais (Christian e Mel Faber) e um amigo da adolescente. "Temos como rastrear. Vou contar com a ajuda do serviço de inteligência e achar esta pessoa que prefiro acreditar não se tratar de um adulto", disse Ricardo Cunha.
O delegado tomou novo depoimento da adolescente e de seus pais na tarde desta terça-feira. O primeiro Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na 8ª DP do bairro Inglesas, onde a família mora. O caso foi transferido para a 6ª DP pelo envolvimento de uma adolescente. "É a terceira vez que venho a uma delegacia. Não gosto muito deste ambiente, mas se for para resolver o problema, a gente tem que aceitar. Eu acredito na Justiça", contou Isadora.
A estudante do 8º ano do ensino fundamental da Escola Maria Thomázia Coelho ganhou notoriedade a partir de julho do ano passado quando criou uma Fan Page no Facebook (facebook.com/diariodeclassesc) com o objetivo de denunciar as más condições da escola onde estuda até hoje. Atualmente a página possui mais de 572 mil "curtidas" e mais de 16 mil comentários sobre os assuntos postados. No último sábado, foi publicado em seu fã-clube ameaça de morte contra Isadora, seus pais e um amigo. Poucas horas depois a página foi excluída do Facebook. Uma amiga que organizou o fã-clube foi quem comunicou Isadora das ameaças.
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Conforme o Código Civil, a pena para os crimes consignados na ameaça (atentado contra a honra, ameaça, calúnia, entre outros) é de um a seis meses de detenção. O processo deverá ser julgado pelo juizado especial e a pena poderá ser revertida em doação de cestas básicas ou trabalho comunitário.
O delegado Ricardo Guedes Cunha acrescenta que o ideal seria o assunto ser apurado por uma Delegacia Especial de Combate à Pedofilia, que não existe em Santa Catarina. Segundo ele, terceiros se expressaram nos comentários da postagem com vocabulário "chulo e obsceno" de cunho sexual contra a garota. Guedes afirma que poderá pedir, também, o rastreamento do IP destas pessoas e incluí-las no processo. "Foi uma página criada só para fazer ameaça contra a Isadora", disse a mãe ao sair da delegacia. "Estamos fazendo as coisas da maneira mais correta possível para que se tenha resultado prático. Não dá para conviver com esta situação", acrescentou Christian Faber.