Manuel Luz da Cruz, de 39 anos, professor do ensino fundamental da rede estadual, foi preso na noite de sábado por pedofilia dentro de um shopping na zona norte do Rio de Janeiro.
Ele abusava de um garoto de 9 anos e foi flagrado por uma comissária da 1ª Vara da Infância e Juventude, que passeava com o filho. À polícia, Cruz contou que também sofrera abusos na infância, quando era interno da antiga Funabem.
O professor abordou o garoto de 9 anos na Praia de Copacabana, na zona sul. Depois de levá-lo para lanchar, Cruz convidou o menino para assistir a um filme. A comissária de Justiça Carmem Lúcia Paes Leme, especializada em casos de pedofilia, estava sentada na fileira atrás dos dois e viu quando Cruz abaixou o short da criança e passou a tocá-lo.
Leia mais:
Homem perde parte da orelha em briga generalizada no centro de Arapongas
Moradores da zona rural de Arapongas são vítimas de sequestro relâmpago
Mulher morre após carro cair em buraco escondido na BR-369, em Cornélio Procópio
Polícia Federal em Londrina incinera quase sete toneladas de maconha
Ela pediu ajuda aos seguranças do shopping. O professor foi detido quando ele e o garoto deixavam o banheiro do cinema. O menino vestia apenas um calção de banho, estava descalço e sem camisa. O professor e a criança foram levados pelos seguranças à cabine da PM. Com Cruz, a polícia apreendeu uma máquina fotográfica e dois filmes, que ainda não foram revelados.
O menino mora na rua e foi levado para um abrigo da Prefeitura. O juizado está tentando localizar a família dele, que seria do Morro Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. O garoto confirmou aos policiais que sofreu abuso pelo professor. Ele disse que foi abordado por Cruz na praia. O professor teria convidado o menino para almoçar, ir ao cinema e dormir na sua casa.
Cruz negou. Ele alegou que estava na praia fotografando algas, quando o menino se aproximou, pediu comida e para ir ao cinema. O professor, que deu um endereço antigo à polícia, está preso na carceragem da Polinter.
Comissários de Justiça estiveram na Favela de Manguinhos, onde vasculhariam a casa de Cruz, mas vizinhos disseram que ele já havia mudado. Eles contaram ainda que o professor era também pastor evangélico.
O juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude, Siro Darlan, disse que os casos de pedofilia têm crescido no Estado. ''Há mais fiscalização e novos recursos para denúncia, como o Conselho Tutelar da Criança, o Disque-Denúncia e o Núcleo de Proteção à Criança'', enumerou. Segundo Darlan, em seis meses de funcionamento do núcleo, 17 pais foram presos por abusar sexualmente dos próprios filhos.
''Esse é um fenômeno que acomete todas as classes sociais. Houve o caso de um médico, morador do Leme, que abusava da filha de quatro anos com o requinte de usar luva cirúrgica'', disse Darlan. Todas as famílias estão em tratamento psiquiátrico.