Uma venezuelana foi presa no Rio de Janeiro, sob a acusação de exercer a medicina sem autorização e de apresentar documentos de outra pessoa. Laura González foi detida ontem (28) no Hospital do Andaraí, quando acompanhava um paciente que estava sendo transportado em uma ambulância da empresa Transmedical.
De acordo com informações do Ministério da Saúde, que administra o hospital, ao chegar ao local a equipe médica do Andaraí desconfiou de Laura e pediu sua documentação, para comprovar se ela realmente era médica. Ao ser questionada sobre o seu número de registro profissional, ela não soube informar e pegou no bolso o número de registro de outra médica, identificada como Roberta.
Nesse momento, a equipe do Hospital do Andaraí chamou a polícia, que prendeu a venezuelana. Na delegacia, Laura alegou que era estagiária e que estava na ambulância apenas acompanhando a médica, Roberta, que afirma ter se ausentado do veículo por estar passando mal.
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Laura foi levada para a 18ª Delegacia de Polícia. A advogada dela, Liliane Duarte, informou que a médica é colombiana naturalizada na Venezuela, e está no Rio de Janeiro para fazer curso de pós-graduação na Santa Casa de Misericórdia.
Falsidade ideológica
Segundo a polícia, Laura foi autuada por falsidade ideológica e pode pegar de um a cinco anos de prisão; e por exercício ilegal da profissão. Neste caso, a pena varia de seis meses a dois anos. De acordo com a polícia, as empresas de remoção em ambulância envolvidas no caso poderão ser alvos de sindicância.
O Ministério da Saúde informou que o Hospital do Andaraí entrou em contato com a empresa de ambulâncias Toesa ontem para levar um paciente ao Hospital da Lagoa, para uma cirurgia de implantação de marcapasso. Foi na volta desse paciente para o Hospital do Andaraí que Laura foi descoberta.
O ministério quer saber agora por que foi uma ambulância da Transmedical que atendeu ao chamado em vez da Toesa, única empresa com quem o Hospital do Andaraí tem contrato. A pasta suspeita que a Toesa tenha terceirizado o serviço para uma outra empresa, em vez de atender ao chamado com suas próprias ambulâncias.
Responsabilidade
O superintendente da Toesa, Daniel Gomes, afirmou que, ainda que a empresa tenha subcontratado a Transmedical para fazer o serviço no Hospital do Andaraí, não tem qualquer responsabilidade sobre a ausência de um médico credenciado na ambulância.
O Ministério da Saúde informou que abrirá uma sindicância para apurar por que a ambulância, do tipo UTI móvel, não tinha um médico credenciado a bordo. Sob orientação do seu advogado, a Transmedical não quis se pronunciar sobre o assunto.