O prefeito de Itaperuçu, no Paraná, José de Castro França, preso quarta-feira (27), por ordem judicial é suspeito de ter se aproveitado da depredação do prédio da prefeitura, em 1.º de dezembro de 2006, para ocultar documentos que, supostamente, poderiam incriminá-lo no caso do desvio de mais de meio milhão de reais. A suspeita consta nas investigações conduzidas pelo promotor Samir Barouk, do Setor de Crimes Praticados por Prefeitos do Ministério Público, órgão ligado ao gabinete do procurador-geral de Justiça, e foram reveladas no começo da tarde desta quinta-feira (28).
"Nós sabemos que ele colocou a culpa nos populares pelo desaparecimento de documentos, mas descobrimos que foi ele quem ocultou alguns papéis que estavam na prefeitura depois da depredação", explicou Barouk.
Segundo o promotor, no final do ano passado, França se mantinha como prefeito por força de liminar, pois seu mandato já havia sido cassado por irregularidade pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). "Três dias depois da depredação, uma segunda-feira, a liminar que o mantinha na prefeitura seria julgada. Poderia ser o último dia de França na prefeitura. A ocultação dos documentos aconteceu para dificultar as investigações", contou Barouk.
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De acordo com o delegado Kleudson Moreira Tavares, que trabalha para identificar os responsáveis pela depredação do prédio público, no fim do ano passado, o inquérito na Polícia Civil corre sob segredo de Justiça, o que o impede de dar detalhes sobre a investigação. O delegado disse apenas que 40 pessoas teriam participado do vandalismo e já teriam sido ouvidas no inquérito.
No entanto, de acordo com o promotor, Samir Barouk, que investigou o caso de desvio de dinheiro público pelo prefeito, França teria se aproveitado da depredação da prefeitura para colocar a culpa nos vândalos pelo desaparecimento de documentos.
Prisões – As polícias Civil e Militar prenderam, na manhã de quarta-feira (27), além de França, seu filho Adnilson José de Castro França, sua nora Cláudia Mara de Moraes França (diretor financeiro da Prefeitura e ex-diretora) e a secretária Marla Janice Redel, suspeitos de participar de desvio de recursos da Prefeitura. O prefeito e seu filho continuam presos no Centro de Triagem II (CT II), em Piraquara. Cláudia e Marla continuam detidas no CT I, no centro de Curitiba.
As prisões preventivas, segundo o MP, foram requeridas após cerca de quatro meses de investigação sobre o caso. A denúncia já foi protocolada, na quinta-feira (21), no Tribunal de Justiça contra oito pessoas. Foram denunciados ainda o servidor municipal Itamar Marcelo Martins, os empresários Cláudio Castro da Luz e Edilson Ruiz Freitas, além de Fabiano Matos de Moraes Santos, funcionário de Edilson.