Um grupo de eleitores de Apucarana deve queimar seus próprios títulos de eleitor em um protesto público marcado para 7 de novembro. A ideia é mostrar para toda a população, mas principalmente, para os políticos, que não aguentam mais "tanto deboche do povo, tanta esculhambação na política", conforme explicou o "líder" da manifestação, o advogado Armando Gracioli.
O advogado, que durante a ditadura militar protestava por "Diretas Já", disse que a princípio seu protesto seria solitário: queimaria o próprio título de eleitor. "Mas algumas outras pessoas, sabendo de minha intenção, disseram que vão me acompanhar: são estudantes do centro acadêmico de direito, um médico e algumas outras pessoas", disse em entrevista à Rádio CBN Maringá.
Ele garantiu que não pretende votar nas eleições gerais de 2010. "O nosso voto não serve para nada; aliás, serve para os políticos se elegerem e aumentar seus próprios vencimentos, contratarem parentes", criticou, insurgindo-se também contra a Proposta de Emenda à Constituição que criou mais de 7 mil vagas de vereadores em todo o país. "Na minha época, vereador era cargo de benemerência: pessoas de alto nível contribuíam para a cidade sem nada receber. Hoje o cargo de vereador virou um investimento".
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O advogado lembrou que o gasto de dinheiro público com o pagamento dos políticos e de seus parentes faz com que falte recursos para atividades essenciais. "Tem dinheiro para pagar políticos, para comprar aviões e navios de guerra. Pra quê? A guerra está nos hospitais, nas ruas, contra o narcotráfico. É aí que a população está morrendo", lamentou. "Não essa democracia que eu fui para as ruas pedir".