O governo está confiante na aprovação do salário mínimo de R$ 545, hoje, na Câmara, em sessão com início marcado para as 13h40. Em uma reunião nesta manhã no Palácio do Planalto, ministros e líderes governistas bateram números, analisaram as bancadas aliadas e concluíram que o projeto será aprovado com margem ampla de votos.
O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), avaliou que a proposta do governo terá até 100 votos a mais do que os defensores do mínimo de R$ 560 conseguirão reunir em torno desse valor maior. A estimativa de líderes da base e de oposição é de um apoio entre 150 a 180 votos para o mínimo de R$ 560. Vaccarezza participou da reunião com os ministros Antonio Palocci (Casa Civil) e Luiz Sérgio (Relações Institucionais). O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também estava presente.
Sem falar em retaliação aos deputados infieis ao governo, Vaccarezza considerou, no entanto, legítimo que deputados da base exijam a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), caso a bancada do PDT vote contra o valor fixado pelo governo hoje. "É legítimo os aliados dizerem isso", disse Vaccarezza.
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Para garantir a aprovação da proposta e evitar o que seria a primeira derrota da presidente Dilma Rousseff no parlamento, o governo endureceu o discurso com os aliados. A lista de votação de hoje será a base para a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões e de empresas estatais. O ministro Lupi pode perder o cargo se a bancada do PDT, reunida neste momento para discutir que posição tomar, votar a favor de um mínimo maior do que o fixado pelo governo.
Nesta manhã, o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), acusou o governo de ter montado na Câmara um balcão de negócios para conseguir aprovar o mínimo de R$ 545 e derrotar a proposta do valor maior de R$ 560.
"A gente sabe que o governo partiu para fazer o enfrentamento político e não mostrar a viabilidade técnica do salário mínimo. O governo quer mostrar sua força, o imperialismo da era Dilma é o que está começando com ameaças à base. O governo montou um balcão de negócios. Quem não votar a favor não tem cargo, não tem emenda, não tem espaço", disse o líder de oposição.
Um grupo em torno de 50 sindicalistas ligados à central Força Sindical está no Salão Verde da Câmara para pressionar os deputados a favor do mínimo de R$ 560.