Em encontro nesta sexta-feira, 9, com militantes na zona leste de São Paulo, o pré-candidato do PT à sucessão municipal na capital paulista, Fernando Haddad, disse que a administração do petista foi interrompida e que o partido não teve o "privilégio" de governar o município por oito anos. "Nós estamos devendo um grande governo para São Paulo com começo, meio e fim". A última gestão do PT em São Paulo foi entre 2001 e 2004 com Marta Suplicy, hoje senadora. "Temos de retomar São Paulo", conclamou a militância.
Para o pré-candidato, os últimos oito anos de gestão (José Serra/Gilberto Kassab) destruiu os programas implantados por Marta. "Estão desconstruindo o que estávamos plantando. O que foi plantado foi cortado pela raiz", afirmou o petista, listando os projetos que foram reduzidos pela atual gestão. Segundo Haddad, assim como os ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta desfizeram o trabalho da ex-petista Luíza Erundina (hoje deputada federal pelo PSB), o trabalho de Marta foi "destruído" por Serra e Kassab. "Não se pode desfazer o que estava no caminho certo", emendou.
Na avaliação dele, o município perde em abrir mão de recursos federais para implementar programas sociais, como o Pró-Infância, que teria verba para construir 172 creches só em São Paulo, mas o governo local nunca teria solicitado a liberação do dinheiro. "O ProUni trouxemos para cá porque não dependia dele (governo municipal)", comentou. Haddad disse que, além dos mais pobres, a classe média já sente na pele a ausência de investimentos públicos. "Até a classe média está sentindo os efeitos da falta de investimentos."
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Haddad disse à militância que pretende chegar em julho "com o discurso na ponta da língua" e que seu plano de governo, voltado para as áreas de mobilidade, saúde e educação, estará pronto em maio. Ao falar sobre transportes, o pré-candidato disse que, se eleito, vai retomar o plano de investimento em corredores de ônibus interligados a outros modais e que vai continuar direcionando recursos para o metrô, "desde que haja um plano de metas". "O metrô tem que receber mais investimentos, mas mediante contrapartida", acrescentou.
Limite
De acordo com o petista, o sistema de transporte público em São Paulo está "no limite de sua capacidade". "A cultura do transporte individual motorizado vai tomando conta e a cidade vai paralisando. Aí as restrições são uma consequência de uma decisão tomada há oito anos (de abandonar o modelo petista). Enquanto não reverter isso, as políticas restritivas serão inevitáveis, e cada vez mais. Hoje é caminhão, amanhã é transporte individual, depois de amanhã serão os horários, outro dia serão estacionamentos, zona azul. Não vamos parar se não equilibrarmos a cidade. A cidade está desequilibrada do ponto de vista da mobilidade", avaliou.