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Ação policial na Assembleia

Ministério Público vai entrar com ação de improbidade contra Richa, Francischini e Kogut

Marco Feltrin - Redação Bonde
29 jun 2015 às 15:51

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- Theo Marques/Folha de Londrina
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O procurador de justiça Eliezer Gomes da Silva confirmou, em entrevista coletiva na tarde segunda-feira (29), que o Ministério Público vai entrar com uma ação civil pública contra o governador Beto Richa (PSDB), o ex-secretário de Segurança, Fernando Francischini, e o ex-comandante-geral da Polícia Militar, César Vinicius Kogut, pela ação policial que resultou em mais de 200 feridos na 'Batalha do Centro Cívico', em 29 de abril, durante a aprovação do projeto da Paranaprevidência na Assembleia Legislativa.

O ex-subcomandante Nerino Mariano de Brito (ex-subcomadante da PM) e o tenente coronel Hudson Leôncio Teixeira, responsável pelo Bope, também foram citados. Todos devem responder por improbidade administrativa.

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"Demonstramos que houve uma grande violação de direitos fundamentais", afirmou o procurador, lembrando que o Estado violou princípios da administração pública e causou danos à sociedade. "Há uma convicção bastante firme de que não foi uma ação isolada de um ou de outro policial. As ações tinham respaldo e partiram de um conjunto de deliberações, algumas técnicas bastante questionáveis".

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O material de investigação do Ministério Público será encaminhado à Procuradoria Geral da República, uma vez que Richa, por ser governador, e Francischini, agora deputado federal, têm foro privilegiado por prerrogativa de função.

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"Existem indícios deste crime. Não podemos dizer taxativamente que ocorreu. Verificamos na investigação civil, porque na criminal não podemos fazer. Por isso vamos encaminhar para a Procuradoria da República", explicou o promotor de justiça Paulo Sérgio Markowicz de Lima.

Para o procurador Eliezer Gomes da Silva, Richa, Francischini e Kogut são "os grandes protagonistas político e operacional" da operação Centro Cívico, planejada de 25 a 29 de abril.

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"Francischini respaldou essa ação grandiosa e teve papel importantíssimo tanto no âmbito operacional quanto político. Kogut, a partir do momento em que tomou conhecimento, não apenas emprestou sua condição de comandante-geral da PM para estas ações como inclusive tomou decisões que foram determinantes para o próprio desfecho", apontou o procurador.

Richa

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Sobre a participação do governador Beto Richa no episódio, Eliezer Gomes da Silva disse que o chefe do Executivo pecou por omissão ao ter dado respaldo ao que aconteceu no Centro Cívico, tanto com decisões quanto com o fornecimento de estrutura do governo.

"Ele é o grande comandante da segurança pública, o número 1 em relação às ações da polícia. A operação exigiu deslocamento de quantidade enorme de pessoas e desembolso financeiro em uma época em que o Estado tem dificuldades. Foram usados helicópteros da polícia e o que servia o governador. No mínimo houve uma omissão dolosa do governador. Uma ação deste porte, para garantir a votação de um projeto de interesse do governador, envolveu decisões que escalões inferiores jamais tomariam sem contar com o apoio dele".

O procurador citou ainda o fato de o Palácio Iguaçu ter sido usado estruturalmente durante a operação, como centro de detenção de pessoas em uma sala improvisada. "No terceiro andar, tropas foram recebidas e parabenizadas depois do episódio. Há uma série de evidências de que o governador não poderia desconhecer o que estava acontecendo. Quem exerce função pública de relevância tem atribuições elevadas. Quanto maior o nível de poder, maior o grau de responsabilidade".

(colaborou Mariana Franco Ramos/Equipe Folha)


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