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Dinheiro/dossiê

PF quer gravação da conversa entre delegado e jornalistas

Redação - Bonde
18 out 2006 às 09:04

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A Polícia Federal vai solicitar uma cópia da gravação da conversa entre jornalistas e o delegado Edmilson Bruno, divulgada nesta segunda-feira (17) no site pessoal do jornalista Paulo Henrique Amorim. Ela registra o momento em que ele negocia com jornalistas as fotos do dinheiro apreendido com petistas, que seria usado para comprar um dossiê contra tucanos.

As imagens do dinheiro foram divulgadas no dia 29, dois dias antes do primeiro turno da eleição. "Eu vou confiar em vocês", teria dito o delegado aos jornalistas. "Vai parecer que alguém roubou e vazou para a imprensa. Mais ninguém tem isso aí, só eu. Nem o superintendente". As informações são da Agência Brasil.

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Na época do vazamento, a PF abriu inquérito policial para apurar a quebra de sigilo funcional do delegado. Também foi formada uma comissão de procedimento disciplinar administrativo pela corregedoria. A investigação da PF já sabe que o delegado foi o responsável pela autoria e divulgação das fotos. Segundo a PF, o delegado mentiu aos peritos que analisavam o dinheiro, afirmando que estava investigando o caso, para ter acesso ao material.

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Edmilson Bruno disse no dia 2 de outubro, logo após o primeiro turno das eleições, que a atitude de divulgar imagens do dinheiro não teve motivação política nem financeira. Segundo ele, sua intenção era apenas revelar a verdade. "Não recebi dinheiro. Querem quebrar o meu sigilo, mas não precisa. Eu entrego o meu sigilo".


O delegado disse que não cometeu nenhum crime ao divulgar as imagens, alegando que não estavam sob sigilo. "Fiz sozinho, por consciência. Não para ser herói e paladino da Justiça, mas para cumprir meu dever como delegado da PF", afirmou. "Vocês acham que a sociedade tem o direito de saber a verdade? Se sim, eu agi certo. Se não, eu agi errado", declarou.

Como delegado de plantão, Bruno foi o responsável pela prisão de Gedimar Passos, agente aposentado da PF, e Valdebran Padilha. Ambos trabalhavam na campanha à reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e foram presos com R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê. Depois da prisão, Bruno não ficou mais responsável pelo caso.


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