A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público entra nesta segunda-feira com um pedido de ação criminal e cível na Justiça contra a suplente de vereador Jane Rodrigues (PPB). Ela está sendo denunciada pelos crimes de improbidade administrativa e peculato.
Segundo investigação feita pelos promotores do Ministério Público Estadual, ela teria desviado verbas parlamentares no valor de R$ 300 mil, no período em que assumiu a Câmara Municipal entre janeiro de 1999 e março de 2000. O dinheiro teria ido para o pagamento de funcionários fantasmas.
Ex-presidente da Associação Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Curitiba, Jane Rodrigues atuou como vereadora por causa do licenciamento do titular da vaga, o vereador Ney Leprevost (PPB) que se afastou para assumir a Secretaria Estadual de Esporte e Turismo. Neste período ela teria contratado nove funcionários para cargos em comissão.
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Segundo o relatório da promotoria, os funcionários recebiam salários, mas não compareciam para dar expediente. O promotor Luis Chemin Guimarães, que atuou no caso, informou que alguns "fantasmas" seriam funcionários da própria Apae e outros eram "parentes".
A suplente de vereador nega que tenha praticado qualquer irregularidade. "Minha indicação foi apenas para dois cargos. O resto foi indicado pelo vereador Ney Leprevost (PPB)", defende-se Jane Rodrigues. Ela assegurou ainda que as pessoas que foram designadas para o trabalho cumpriam religiosamente o expediente. "Eles iam trabalhar. Não eram fantasmas coisa nenhuma", completou.
Ney Leprevost, que reassumiu o cargo, diz que não procedem as declarações de Jane Rodrigues de que ele teria indicado funcionários. "Ela contratou quem ela quis. Fiz sugestões para que chamasse duas ou três pessoas do partido. Mas foi ela quem decidiu", afirmou. Ele disse que foi chamado como testemunha para depor no inquérito sobre o caso, no Ministério Público. "Pelo que soube ela é ré confessa", comentou. Ele salientou ainda que caberia a ela cobrar o expediente dos funcionários.
Esta não é a primeira vez que Jane Rodrigues é acusada por desvio de verbas. No final do ano passado, ela foi afastada da presidência da Apae de Curitiba sob acusação de desvio de verbas, superfaturamento e emissão de notas frias. Ela presidiu a Apae por 10 anos e saiu após intervenção da Federação Nacional das Apaes.