O governador eleito Roberto Requião, senador pelo PMDB, colocou em curso uma articulação com o objetivo de derrubar o atual comando nacional do partido, cujo presidente é o deputado federal Michel Temer. Requião passou o dia ontem em Porto Alegre, em reuniões com o governador eleito do Rio Grande Sul, Germano Rigotto, o senador Pedro Simon, e outras lideranças da sigla.
Requião foi expressar pessoalmente sua opinião: a necessidade de mudar a direção nacional. O senador - que foi buscar apoio para tirar o grupo de Temer do poder - pediu ainda o apoio incondicional de Rigotto e Simon ao governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Requião entende que a atual direção, que aprovou o apoio ao candidato derrotado à presidência, senador José Serra (PSDB), perdeu autoridade. Na avaliação dele, uma série de diretórios estaduais - Paraná, Goiás, São Paulo, Santa Catarina, entre outros - preferiu dar palanque a Lula. Por isso, a executiva nacional acabou sendo ''derrotada'' na última eleição, pois contrariou a vontade de suas bases.
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Procurado pela Folha de Londrina, Temer disse, através de seu assessor, que ''assim como o seu presidente, a comissão executiva nacional tem mandato certo, obtido pelo voto''. Temer disse não acreditar que existam ''inspirações golpistas contra mandatos obtidos pelo voto''. O mandato de Temer vale até setembro do ano que vem.
De Porto Alegre, Requião seguiu para São Paulo, onde tem hoje pela manhã audiência com Lula. Será o primeiro encontro entre os dois depois do segundo turno das eleições, em 27 de outubro. Segundo a assessoria do PMDB, não serão discutidas possíveis acomodações de paranaenses em cargos federais. Em entrevista a uma rádio, ontem pela manhã, Requião havia dito que não vai barganhar cargos com Lula.