O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que neste sábado deveria comparecer espontaneamente à Polícia Federal (PF) para fazer uma acareação com o militar reformado da Marinha Arlindo Molina, não se apresentou e deverá ser notificado na segunda-feira pela Procuradoria Geral da República para comparecer na condição vítima já que a polícia não pode intimá-lo a depor por ele ser deputado federal e ter foro privilegiado.
Molina, suspeito de ter participado do susposto esquema de corrupção nos Correios e preso há dez dias na sede da PF nesta capital, acaba de ser liberado.
A prisão temporária de Molina venceu nesta meia-noite, firada de sábado para domingo. Segundo o advogado de Molina, Osmar Ferreira, o suspeito já deveria ter sido liberado há cinco dias, mas permaneceu porque foi pedida a renovação da prisão temporária.
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Roberto Jefferson é acusado de envolvimento em esquemas de arrecadação de propinas em benefício do PTB em estatais como os Correios e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).
As acusações surgiram a partir da divulgação do conteúdo de uma fita de vídeo em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, recebe R$ 3 mil de empresários para favorecê-los em uma licitação da empresa. Na fita, ele revela supostos detalhes de um esquema de arrecadação para o PTB.
Em depoimento prestado à Polícia Federal, o advogado Joel Santos Filho e o engenheiro José Carlos Mancuso confessaram ter participado da gravação nos Correios. Joel Santos aponta como mandante o empresário brasiliense Arthur Washeck Neto, dono de uma empresa que fornecia material à estatal.
Também está preso o ex-agente do Serviço Nacional de Informação (SNI) José Fortuna. De acordo com Joel Santos, o militar Arlindo Molina e o assessor de um parlamentar foram ao gabinete de Roberto Jefferson para falar sobre a filmagem e sobre negócios nos Correios, antes de a gravação ser divulgada pela imprensa. Jefferson acusa Molina de ter tentado extorqui-lo em troca da fita.
Osmar Ferreira, advogado de Molina, diz que seu cliente teria ido avisar Roberto Jefferson a pedido de Arthur. "Ele sabia que o negócio iria estourar mesmo, já que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), a Polícia Federal e a imprensa tinham a fita".
Ainda segundo o advogado a prisão de Molina foi uma estratégia da PF para melhorar apurar os fatos. Mesmo após liberado pela polícia, Molina deverá ficar à disposição da Justiça por duas semanas.
Fonte: Agência Brasil