O presidente do Tribunal de Contas do Paraná, Quielsi Crisóstomo da Silva, disse ontem que o rombo nas finanças da Prefeitura Municipal de Maringá já chega a R$ 36 milhões. O valor foi confirmado pela auditoria instaurada nas contas do município desde o último dia 19 de outubro e que deverá terminar seus trabalhos nos próximos dias. "Ainda teremos muito trabalho pela frente. Somente foram avaliados os últimos três anos da administração municipal", declarou ele, ao avaliar que o rombo poderá ser bem maior. "É uma barbaridade", declarou ele. Há cerca de 20 dias, o rombo de Maringá, de acordo com o TC, estava em aproximadamente R$ 20 milhões.
O Tribunal de Contas iniciou a auditoria nas contas da Prefeitura de Maringá por causa de uma solicitação do Ministério Público, que investigava denúncias contra o ex-secretário municipal da Fazenda Luis Antônio Paolicchi, preso há uma semana. Paolicchi está sendo denunciado por enriquecimento ilícito, sonegação fiscal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de recursos públicos). Ele seria o chefe de um esquema de desvio de dinheiro da Prefeitura de Maringá para operações de lavagem de cheques em contas correntes de terceiros, chamados "laranjas". Existe ainda a suspeita de desvio de recursos para campanhas eleitorais. "Quando divulgarmos o relatório final, aparecerão muitas distorções e rombos", salientou o conselheiro, logo após a eleição do novo presidente do Tribunal de Contas (TC).
A denúncia de desvio de recursos em Maringá ocasionou inclusive o afastamento do prefeito Jairo Gianoto (atualmente sem partido), acusado de improbidade administrativa. Nas investigações, o Ministério público encontrou cheques no valor de R$ 549 mil da prefeitura na conta pessoal de Gianoto. O próprio ex-secretário de Fazenda chegou a dizer - em recente depoimento - que foi estimulado por ele e pelo ex-prefeito Said Ferreira a fazer determinadas transações financeiras supostamente irregulares. Outros R$ 2,6 milhões foram encontrados na conta pessoal de Paolicchi.
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A comissão de auditoria do TC é composta por três membros e chefiada pelo procurador Laerzio Chierosin Júnior.
O presidente eleito do Tribunal de Contas, Rafael Iatauro, não quis comentar nada sobre o assunto. Ele informou que apenas Crisóstomo estava autorizado a falar sobre a auditoria nas contas de Maringá.