Investigações preliminares do MP revelam que um grupo de sete a dez empresas ligadas aos dois empresários presos ontem mantinham um esquema fixo de propina com um grupo de auditores: mensalmente, destinava a eles cerca de R$ 100 mil. Com isso, recebiam proteção para sonegar. Este grupo, durante um ano e meio, entre 2014 e 2015, movimentou mais de R$ 1 bilhão.
Segundo o promotor Renato de Lima Castro, apenas uma empresa foi autuada pela força-tarefa da Corregedoria da Receita Estadual, que revisa procedimentos de fiscalização, em R$ 246 milhões. O esquema, em linhas gerais, consistia na criação de empresas em nome de "laranjas", emissão de notas frias, simulação de operação para obter créditos de ICMS, sempre com a conivência de auditores fiscais.
Sobre o empresário Dinho do Porco, o promotor o qualificou como "o grande operacionalizador de uma organização criminosa que se destinava a abate de animais, e causava vultosos prejuízos aos cofres públicos por meio de sonegação fiscal". "Esses empresários pagavam R$ 100 mil por mês para grupos de auditores fiscais, que já foram denunciados nas fases anteriores da Operação Publicano."
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Em razão dos frigoríficos trabalharem principalmente com o abate de porcos, a quinta fase da Publicano foi batizada de Operação Duroc, em referência a uma raça suína.
O advogado que acompanhou o empresário de Quatiguá não foi localizado ontem. Já o escritório do advogado que acompanhou Antonio Luiz da Cruz informou que não se manifestaria porque ainda não havia contrato com o empresário e porque o inquérito é sigiloso.