O plenário do Tribunal de Contas do Estado (TC) começou a votar as contas da gestão do ex-prefeito de Londrina Antonio Belinati (sem partido) e rejeitou as contas da Companhia de Habitação de Londrina (Cohab) relativas a 1998.
As contas da prefeitura municipal foram alvo de auditoria que apurou irregularidades que atingem R$ 113,4 milhões. A cifra se refere ao período 1997-99. Os técnicos do TC detectaram "desvios de finalidade" na administração Belinati, que teve o mandato cassado pela Câmara no ano passado.
Com base no relatório apresentado pelo conselheiro Artagão de Mattos Leão, foram rejeitadas as contas da Cohab de 98, presidida na época por Wilson Mandelli. A decisão foi tomada pelo plenário por causa de disfunções nas áreas econômica e financeira. O relatório apontou que o ativo circulante alcançava R$ 14.223.690,05, enquanto o passivo circulante (dívidas a curto prazo) chegava a R$ 53.481.779,11, projetando um índice de liquidez de R$ 0,27 para cada um real.
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Na análise, o conselheiro também verificou a existência de um patrimônio líquido negativo de R$ 555.322,75, demonstrando que as dívidas superavam os bens e direitos da empresa. "Apesar dos mecanismos de segurança que regem os contratos de financiamento habitacional, segundo os critérios do Sistema Financeiro da Habitação, a Cohab/Londrina não posicionou-se de maneira equilibrada, nem no aspecto financeiro nem no econômico, indicando descontrole gerencial que foge às práticas de eficiência e economicidade", observou Mattos Leão.
Nas irregularidades levantadas pela auditoria do TC nas contas de Londrina, foram apurados os seguintes valores: na Prefeitura, R$ 22.707.700,67; na Autarquia Municipal do Meio Ambiente, R$ 19.917.807,69; e no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano, R$ 17.415.299,19.
Na Caixa de Assistência, Aposentadoria e Pensões, os valores atualizados chegam a R$ 5.963.468,48; no Fundo Municipal de Saúde, R$ 3.236.408,42; no Serviço Municipal de Saúde, R$ 2.442.231,68; no Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social, R$ 1.780.000,00; no Serviço de Pavimentação de Londrina, R$ 703.629,41; e no Fundo de Urbanização de Londrina, R$ 32.872,27. Já na Câmara Municipal de Londrina as irregularidades detectadas chegaram a R$ 36.365,38.