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Projetos de consumo

Comércio: arquitetura pode ser aliada das vendas

Kellen Lopes - Especial para Casa & Conforto
23 abr 2010 às 11:17

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- Marcos Zanutto e Divulgação
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Aliar marketing, design e arquitetura é o novo caminho encontrado por lojistas para atrair clientes e fixar a marca no mercado. No exterior e nos grandes centros, como São Paulo, ações conjuntas de vários profissionais vêm sendo aplicadas há algum tempo. De acordo com o professor de design da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Danny Haiduk, em Londrina a atitude ainda é nova. ''Mas muitos donos de estabelecimentos já estão se despertando para a importância de criar ambientes agradáveis ao olhar do cliente'', diz.

Segundo a POPAI Brasil, entidade especializada no estudo de merchandising, 81% das decisões de compra e escolha de um produto são efetuadas no local de venda. ''Com um número expressivo assim, imagine se o ambiente não for agradável à permanência? Não há liquidação que resolva'', ressalta a consultora de marketing em arquitetura, Gabriela Moreira.

Estratégias são pensadas para ''encher os olhos'' do consumidor e ao mesmo tempo atraí-lo para que ele entre na loja. Um ambiente claro, organizado e limpo pode ser o primeiro passo para o empresário melhorar o local para atender seus clientes.

As ações conjuntas de profissionais da arquitetura e do marketing estimulam a parte sensorial do ser humano, criando uma identidade olfativa e visual. ''A fragância, a música e o local que o cliente vai tocar têm que ser pensados'', comenta Haiduk.

Um dos trabalhos recentes do designer foi a reestruturação da loja Polichinelos, especializada em chinelos e sandálias de borracha. ''Como Londrina não tem praia, não queríamos remeter a esta ideia. Pensamos nos clubes, piscinas, campo e resort'', conta ele, que juntamente com o professor de design Rogério Ghomes e o cenógrafo Alex Lima executaram o projeto da loja.

Tapetes verdes idênticos a gramados foram colocados na loja para que na hora que o cliente fosse provar o chinelo não colocasse o pé diretamente no piso. Segundo Haiduk, a tapete grama é macio e as pessoas sentem-se à vontade em ficar descalças e provar os chinelos. O estofado também foi pensado para melhorar as vendas. Com um toque agradável, ele faz os clientes ficarem mais tempo sentados, provando os modelos.

O mobiliário da loja tem dupla funcionalidade: serve para as pessoas sentarem e para o lojista guardar o estoque, isso tudo sem o cliente perceber. ''Nesse caso, também pensamos na comodidade para as vendedoras, que não precisariam subir e descer escadas o dia inteiro para irem ao mezanino pegar a mercadoria'', comenta o designer.

O arquiteto Alex Vieira, responsável pela obra da loja Desphile Moda Feminina, em Londrina, criou um painel de fundo itinerante, que muda conforme as estações do ano ou datas comemorativas. ''Optei pelo balcão na cor branca na frente do painel para não comprometer as cores dos adesivos e películas fotográficas do painel'', comenta. Outro recurso utilizado para atrair atenção dos clientes foi a pintura do mostruário de bolsas, que recebeu cores neutras em tons pastéis e iluminação especial, visando destacar o produto.

Esses elementos do marketing e arquitetura também são usados em bares, danceteria, escritórios, colégios, e em vários outros lugares.

O Bar Porto Madeira, inaugurado recentemente, trouxe uma proposta que remete o cliente a sensações que lembram praias. O projeto assinado pelo arquiteto e urbanista Thiago Zani eliminou todas as barreiras (portas e janelas), criando um grande deck, onde o cliente possa contemplar a paisagem ao redor. A luz de vela utilizada traz a sensação de aconchego. O ambiente interno o piso é de granelite (cimento batido). "Fizemos uma releitura do granelite utilzando pedras brancas e tijolos de demolição", explica Zani.


O mobiliário da loja Polichinelos tem dupla funcionalidade. Serve para o cliente sentar e provar o chinelo e também para guardar a mercadoria

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Marcos Zanutto e Divulgação
Marcos Zanutto e Divulgação


Um deck no centro da loja Polichinelos expõe adereços para o cliente montar o chinelo do jeito que desejar. A grama artificial completa o clima de resort

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Marcos Zanutto e Divulgação
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Na loja Desphile de Londrina, além do painel itinerante ao fundo, as duas poltronas próximas ao balcão são convite para o cliente sentar e ficar a vontade

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Marcos Zanutto e Divulgação
Marcos Zanutto e Divulgação


O deck decorado com tecidos brancos foi pensado para que os clientes do bar Porto Madeira sintam-se na praia e relaxem


Lojas de móveis e decoração investem nas linhas de mobiliário corporativo e comercial

Com o avanço na tecnologia em ritmo cada vez mais acelerado, o conforto e a personalização passaram de artigos de luxo a requisitos básicos para atender ao consumidor. Prova disto é o crescimento do setor de móveis corporativos, apontado recentemente por cálculos da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel). A entidade concluiu que cerca de 40% do faturamento do setor de móveis vêm do segmento de móveis de escritório, institucionais, escolares, médico-hospitalares, para restaurantes, hotéis e similares.

Para equipar os empreendimentos de acordo com a tendência que coloca a ambientação e a decoração como atrativos determinantes para os clientes, lojas e fornecedores da capital paranaense apostam em linhas diferenciadas para perfis variados. Doriane Hadas, uma das sócias-proprietárias da Artesian Móveis e Design, conta que a loja se tornou referência no setor de mobiliário institucional, a partir do momento que os empresários passaram a perceber a importância do investimento. ''Já fornecemos móveis para vários hotéis e restaurantes de Curitiba, além de atender a empreendimentos em outros estados, como o Shopping Vila Olímpia e o Credicard Hall, em São Paulo'', conta.

Motivada pelo mercado promissor de móveis corporativos, a Inove Design investe no setor empresarial. Eviete Dacol, proprietária da loja, conta que, uma mobília planejada pode levar em conta as reais necessidades do cliente, como as características ergonômicas de cada atividade.

Além de decorar, os móveis podem representar um papel importante no relacionamento do local com os clientes. Como explica a arquiteta Daniela Barranco Omairi, a ergonomia da peça é de grande importância, já que uma cadeira desconfortável leva os clientes a permanecer menos tempo em um restaurante, por exemplo, resultando em menos consumo.


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