Os últimos estudos apresentados pelo IBGE mostram que cada vez mais as estruturas das famílias brasileiras estão menores. A média de filhos por família caiu de seis, em 1970, para menos de dois nos dias atuais. O número de jovens que, por motivos diversos, optam por morar sozinhos também chama a atenção, já que dobrou na última década. Com esse cenário, o mercado imobiliário sofreu um grande impacto, pois, através desse contexto, pode verificar o crescimento na demanda por apartamentos menores, de um ou dois dormitórios, nas grandes cidades do país.
Por outro lado, há algum tempo as construtoras e incorporadoras deixaram de investir neste tipo de imóvel. O que resultou em muita gente procurando e não encontrando o apartamento ideal.
De acordo com o IBGE, a fatia da população que procura por apartamentos pequenos é bastante variada. São estudantes, solteiros, idosos, casais sem filhos e divorciados. "Essa é uma tendência ainda aponta para um longo crescimento", afirma Alexandre Melão, sócio fundador da FIVE Planejamento Imobiliário, que completa: "Um dos principais motivos para essa demanda é o fato das grandes cidades e capitais oferecerem mais opções de entidades de ensino como universidades e cursinhos recebendo, constantemente, jovens do interior em busca de estudo"
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No início de 2009 a falta de apartamentos de até dois quartos no mercado imobiliário virou notícia, já que de cada cem lançamentos em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, apenas dois eram de apartamentos de um quarto. "Esse movimento se deu devido ao cenário de dois, três anos atrás, quando a economia era abundante em créditos e financiamento, sendo assim, quem queria comprar um imóvel conseguia financiamento para realizar em longas parcelas, viabilizando os negócios. Sendo assim, ao invés de optar por apartamentos de um ou dois dormitórios, as pessoas acabavam optando por um imóvel maior.", acredita Melão.
Essa tendência já foi vivenciada nos Estados Unidos no primeiro trimestre de 2009. De acordo com pesquisa sobre design de imóveis Home Design Trends Survey, realizada pela AIA (American Institute of Architects) a demanda por imóveis menores e com espaços comuns maiores têm sido valorizada nos últimos anos. Segundo Melão, os custos com aquecimento e refrigeração em casas com grandes volumetrias e metragens excessivas tornaram-se onerosos para muitos, principalmente durante a corrente crise econômica. "À medida que a primeira fase boom imobiliário passou, parece que houve uma renovação do interesse em investir em imóveis com o intuito de torná-los mais habitáveis, deixando de lado a preocupação que as construtoras tinham em criar opcionais de lazer e decoração".
Fazendo a linha dos estilos mais jovens e indo de encontro aos edifícios clubes, sucesso na última década, a área de lazer dos imóveis menores também precisa ser mais enxuta. "Sempre é interessante ter academia e espaço para reunir os amigos ou fazer uma festa, mas, o perfil do público que busca esse tipo de imóvel prefere sair de suas casas para viver o lazer", finaliza o executivo.