O recenseamento efetuado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - CAU/BR -, traz alguns dados interessantes: concluiu que o país alcançou neste primeiro semestre de 2013 cerca de 100 mil arquitetos registrados. Deste total, 60,59% são mulheres. Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria desses profissionais (54%) encontra-se na região Sudeste, enquanto 23% atuam no Sul, 12% no Nordeste, 8% no Centro-Oeste e 3% na região Norte.
Mas o que mais chama a atenção, ainda analisando os dados obtidos pela CAU/BR, é que apenas 34,57% dos arquitetos afirmam estar totalmente satisfeitos com o ensino nas escolas onde se graduaram. Os demais estão parcialmente ou não satisfeitos.
Como profissional do setor de iluminação, há anos tenho voltado minha atenção para esses profissionais, ministrando, junto com minha equipe, cursos de formação ou atualização nas técnicas de iluminação e identificação das tecnologias e fontes de luz disponíveis. E nesse contato diário com os arquitetos observo sua carência em conhecimento específico sobre iluminação geral, decorativa e de destaque.
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O curso de graduação oferece a disciplina básica, porém, na prática, muitos profissionais sentem dificuldade em entender as condições e qualidades físicas das fontes de luz, assim como os avanços tecnológicos da iluminação em si.
Revolução em curso
Até recentemente a iluminação geral era contemplada com lâmpadas incandescentes, halógenas, de descarga à base sódio, mercúrio e metálica, e fluorescentes. Hoje, a nova tecnologia LED – do inglês lighting emitting diode, está se fixando como a mais importante fonte de luz mundial. Espera-se que até 2020 cerca de 80% da iluminação seja feita com LED. Trata-se de uma revolução em curso.
O cliente do século XXI não deseja apenas um ambiente bem iluminado. Ele quer iluminação com alto nível de qualidade, que lhe ofereça conforto visual, mas que também venha acompanhada de eficiência energética, sustentabilidade e que lhe proporcione bem-estar e praticidade no dia a dia. De todas as tecnologias ligadas a esta área nas últimas décadas, sem dúvida o LED é a que oferece as melhores condições de atender a estas demandas.
Sob o ponto de vista da nossa saúde psicofisiológica, caminhamos, também, para avançar nessa tecnologia a ponto de termos internamente, em nossas residências ou ambientes comerciais, as mesmas condições de luz oferecidas externamente pelas várias posições do Sol: equipamentos e lâmpadas de LED representarão as mesmas cores e intensidade da luz do Sol, ou da Lua, nos movimentos diários de rotação e translação da Terra. Isso trará enormes benefícios à saúde dos profissionais, hoje afeitos à mesma e permanente exposição a uma única fonte de luz, como a fluorescente dos escritórios, por exemplo.
Por outro lado, o LED ainda enfrenta restrições de uso por falta de conhecimento sobre a sua aplicabilidade. Isso levou os fabricantes a utilizarem essa espetacular tecnologia dentro dos ultrapassados conceitos e formatos das atuais fontes de luz. Por isso há modelos de LED imitando lâmpadas como a incandescente, a dicroica ou PAR halógenas, e a tubular fluorescente. Utilizam-se, assim, acessórios do final do século XIX, como soquetes e bulbos de vidro, para que o consumidor não sinta a abrupta mudança sobre o que já conhece. O LED, em si, não precisa de nada disso e muito antes do que imaginamos renascerá despido desses penduricalhos seculares. Será um novo choque cultural.
Na questão urbanística, em áreas de iluminação pública, por exemplo, o consumo de energia pode ser reduzido em até 50% e, quando comparada com as incandescentes, essa economia fica entre 80% e 90%. Com relação à manutenção, como os produtos com essa tecnologia têm vida útil estimada entre 30 e 50 mil horas, dependendo do equipamento, quando comparado a uma compacta econômica, cuja durabilidade é de 6 mil horas, conclui-se que o gasto financeiro com a manutenção de troca ou consertos será muito menor ao optar por um equipamento de LED.
Assim, conhecer a aplicabilidade e efeitos da luz nos ambientes comerciais e residenciais é tão essencial quanto identificar corretamente todas as possibilidades de fontes de luz existentes na atualidade, bem como as tendências futuras.
*Por Gilberto Grosso, Lighting Professional com ampla experiência na área de iluminação e CEO da Avant, referência nacional em soluções para iluminação. (www.avantsp.com.br)