Para divulgar os projetos e serviços brasileiros de arquitetura no exterior, a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) vão promover diversas ações, entre elas uma missão de arquitetos aos Emirados Árabes Unidos, em outubro, em paralelo a participação na feira Cityscape, em Dubai.
Essa vai ser uma das primeiras e maiores ações do programa assinado pelas duas entidades. A meta, para 2010, é exportar US$ 3,5 milhões em serviços de arquitetura. De acordo com o presidente da Asbea, Ronaldo Rezende, a escolha de Dubai se deu por causa da feira Cityscape, que é uma das mais importantes do setor, e porque o emirado é um exemplo de arquitetura exuberante. "Muitos arquitetos brasileiros sonham em conhecer Dubai e essa vai ser uma oportunidade fantástica", afirmou.
O objetivo da viagem, além de participar da feira, é fazer marketing de relacionamento com as empresas do segmento, nos Emirados Árabes, e conhecer as principais obras de Dubai, como o famoso hotel Burj Al Arab, a ilha The Palm, a torre Burj Dubai, entre outras. Segundo Rezende, a idéia é levar cerca de 30 arquitetos. "Muitos já demonstraram interesse e estão animados", disse.
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De acordo com Rezende, essa viagem é só o começo de um longo trabalho que terá que ser feito pelos escritórios brasileiros de arquitetura. "O importante é começar a fazer um trabalho no exterior. Nós não temos ainda uma desenvoltura (com o mercado externo) como outros países", disse ele, citando os ingleses. "Eles têm um enorme projeto de exportação de seus serviços nessa área. Oferecem serviços para os governos e vão conquistando projetos. Os ingleses são hoje players fantásticos no mercado e nós ainda não temos esse reconhecimento. Temos que aprender", acrescentou.
A meta agora, segundo Rezende, é se preparar, estudar e se aparelhar para atender as exigências do mercado externo. "Criatividade e competência nós temos, o que falta é tecnologia para competir lá fora", afirmou. "Não é só buscar trabalho lá fora, mas também atrair investidores para cá". Segundo o presidente da Asbea, em função da crise econômica muitos escritórios estrangeiros estão voltando suas atenções para o Brasil, o que é bom para que as empresas se modernizem e sejam competitivas.
Outro fator positivo apontado por Rezende é que com as exportações de serviços de arquitetura, o Brasil também ganha espaço para ampliar as vendas de outros setores interligados, como o de material de construção. "O material de acabamento brasileiro é fantástico e temos condições de competir no exterior", afirmou. De acordo com estudo do Royal Institute of British Architecture, cada dólar aplicado em serviços de arquitetura gera outros US$ 35 de investimentos em serviços de construção e decoração.
Das 350 empresas de arquitetura associadas a Asbea, 61 aderiram ao programa da Apex, número que se espera dobrar nos próximos meses com os seminários de divulgação que serão realizados pelo país.