Iluminação artificial combina com meio ambiente? Se depender do lighting designer Plinio Godoy, sim. Na opinião do expert, projetos arquitetônicos que levam a sério questões como sustentabilidade ganham pontos, já que aos olhos do mercado construções ecoeficientes são cada vez mais bem-vindas.
E quem diz isso entende do assunto. Godoy é engenheiro e trabalha há mais de 15 anos na área. Um de seus projetos mais atuais foi a iluminação da Ponte Estaiada, que cruza o Rio Pinheiros em São Paulo. Ele esteve recentemente em Londrina para participar da 3ª edição do Fórum Nacional de Arquitetura, Iluminação e Sustentabilidade e concedeu uma entrevista para a FOLHA.
Nas dezenas de trabalhos assinados pela equipe de seu escritório, o Godoy Luminotecnia, sediado na capital paulista, são seguidos os padrões de um sistema internacional de certificação chamado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedido pelo United States Green Building Council, que certifica as 'edificações verdes' no mundo. ''Existem regras que estabelecem o consumo máximo de energia permitido por projeto, os materiais que serão empregados, e nós atendemos esses requisitos'', explica.
O uso da luz natural é outro ponto levantado pelo designer como um aspecto importante na hora de criar. No entanto, a vontade de aproveitar a luz natural deve vir acompanhada de uma boa dose de bom senso. Godoy cita como exemplo o uso do vidro em construções na Europa e Estados Unidos e também no Brasil. Se em países onde o inverno é bastante rigoroso os edifícios de vidro ajudam a manter o calor, no Brasil eles exigem mais do ar-condicionado.
O trinômio arquitetura bem planejada, iluminação bem projetada e sistemas integrados de automação é apontado por Godoy como a estrutura fundamental que resultará em economia de energia. ''A tecnologia de automação está cada vez mais presente nas residências. No começo era solução para os mais abastados. Hoje aparece de uma forma mais natural e quase invisível nos apartamentos da classe média'', explica.
Porém, se o desejo é criar grandes cenas luminotécnicas, a solução é investir em tecnologia. Dentro de casa é possível criar ambiências especiais para um jantar, ou simplesmente para ler um livro com lâmpadas mais econômicas. ''A iluminação será usada em momentos diferenciados. No dia a dia não é necessário acender tudo'', sugere Godoy.
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Na varanda, calhas suspensas com lâmpadas fluorescentes geram luz indireta, e spots com lâmpadas dicróicas ''lavam'' a parede revestida de pedras. Todos os circuitos são comandados por automação, com cenas pré-programadas.
Para manter o clima suave no quarto do casal foi utilizado o recurso de sancas com lâmpadas fluorescentes indiretas dimerizadas.
No quarto das meninas, além da sanca fluorescente dimerizada, um céu de estrelas em fibra ótica enfeita o ambiente.
Destaque para as luminárias em forma de ''tenda'' com lâmpadas fluorescentes no quarto dos meninos.
Spots orientáveis com lâmpadas dicróicas foram separados em circuitos independentes. Como o sistema é comandado por automação, podem ser criadas cenas diversas com economia de energia e durabilidade de lâmpadas.
(Todos os projetos são assinados pelo escritório Godoy Luminotecnia).