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A fantasia do crescimento e a miopia do governo

09 jul 2004 às 11:00
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A indústria comemorou ontem (08/07/2004) um aumento recorde da produção (Leia a matéria publicada na Folha de Londrina), claro que a comemoração é válida, mas é preciso ter muito claro que esse crescimento se deve, principalmente às exportações, à utilização de capacidade ociosa, infelizmente o poder aquisitivo do brasileiro não melhorou na mesma proporção. O desemprego ainda continua em níveis elevados, o consumo interno ainda não mostra sinais de melhora e a vida da população, de uma maneira geral, está pior.

Existe dinheiro, mas com uma distribuição péssima, com uns poucos centralizando quantias enormes de capital, o que não é suficiente para a movimentação do mercado, criando um efeito cascata indesejado, sem circulação de dinheiro, todos perdem, caem as vendas, o desemprego aumenta, as contratações cessam, a arrecadação diminui... O prejuízo é geral.

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Sem a circulação do dinheiro, até esse crescimento da produção industrial está ameaçado, pois os recursos de transporte e armazenagem necessitam de investimento na sua melhoria e ampliação. É inacreditável que até falta de contêineres estamos enfrentando! Somos o maior produtor de carne de frango do mundo, mas infelizmente esse resultado morre no porto. Os altíssimos custos tarifários, taxas e impostos tornam nossos produtos pouco competitivos.

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A dependência exagerada do mercado externo é um fator preocupante... Olhe o caso da soja que a China rejeitou, alegando motivos de segurança sanitária, na clara intenção de obter uma revisão (para menos, claro) dos preços anteriormente contratados, gerando incômodo diplomático, prejuízos e mostrando claramente que a dependência extrema do mercado externo não é boa (lembram-se dos casos do café e do suco de laranja?)

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A retomada do crescimento, tão desejada pelo governo e pela população, precisa ser voltada principalmente ao mercado interno, criando condições do aumento do poder aquisitivo, fazendo o dinheiro circular, num mercado confiável, onde a melhoria da qualidade de vida seja o objetivo principal. A China tem índices gigantes de crescimento econômico, mas vejam a situação da vida de sua população, nenhuma liberdade, nenhum poder aquisitivo e até mesmo inúmeros casos de trabalho escravo, imaginar isso no Século XXI é no mínimo bizarro.


O que acontece então com todo o dinheiro? Fica na mão de alguns poucos, que se esbaldam sobre uma população massacrada. O exemplo existe e está muito claro para todos. Não é isso que o povo do Brasil merece, não é isso que esperamos do governo. As pessoas precisam de qualidade de vida, ter assegurado seu incontestável direito à dignidade. Para que isso aconteça, é necessário apenas um governo sério, que trate dessas questões com a merecida importância, não na situação atual, onde nos anos de eleição nada acontece.


De nada adianta elevados índices de crescimento, se isso não for revertido em benefício à população. Tudo será ilusório, maléfico.

Precisamos sim, encontrar o caminho do crescimento econômico, mas nunca deixando de lado as necessidades da população, não é permissível que a população, já tão sofrida, continue pagando esse preço – elevado demais – por algo que não se reverte em qualidade de vida. Temos um país abençoado, um povo maravilhoso e uma bondade inata em cada um de nós. Nosso triunfo está muito perto, sendo necessária apenas a seriedade dos nossos governantes, que se entenda, que quanto maior for o bolo, mais pessoas poderão dele se alimentar.


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