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Fando y Lis, por Jodorowski

11 mai 2006 às 11:00
Diana Mariscal como Lis, no clássico surreal de Jodorowski - Divulgação
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A Kinoarte [Instituto de Cinema e Vídeo de Londrina] exibe nesta quinta, dia 11, a partir das 21h, o filme Fando & Lis (MEX, 1967, preto-e-branco, 96 min), de Alejandro Jodorowski. A sessão, que integra o projeto Kinoclube, será no Bar Valentino [Avenida Bandeirantes, 61], e tem entrada franca. O filme se baseia na peça homônima de Fernando Arrabal, montada em Londrina em 2001 pelo grupo Boca de Baco.

Jodorowski

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Alejandro Jodorowski é daqueles cineastas bissextos, que impressionam tanto pela sua breve (mas intensa) filmografia, quanto pelas peripécias de sua vida. Nascido no Chile, em 1929, de origem judaico-ucraniana, este artista prolífico já foi escritor, roteirista de quadrinhos, leitor de tarô, caricaturista, mímico (tendo aulas diretamente com Marcel Marceau em Paris), curandeiro, ator, amigo de Pablo Neruda e André Breton, conhecido de Carlos Castaneda, entre outras coisas. Ao sair do Chile aos 23 anos, morou um tempo no México, até se fixar na França, onde fundou, ao lado de Roland Topor e Fernando Arrabal, o Grupo Pânico, movimento de nítida influência surrealista.

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Nos anos 60, entre Paris e México, encenou textos fundamentais de Ionesco, Arrabal, Beckett, Shakespeare e Nietzsche. Em 1967, criou a sua própria casa de produção, a Produciones Panicas, e dirigiu seu primeiro filme, Fando & Lis, uma história de amor surreal adaptada de uma peça de teatro de Fernando Arrabal.

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Fando & Lis é a história de um jovem de vinte anos e sua amiga paralítica que viajam por uma cidade chamada Tar. Desarraigados, infantis e abandonados em seus impulsos e desejos, Fando e Lis trafegam em um mundo de desesperada e impossível comunicação. Segundo Jodorowski, neste filme, os "personagens transitam lastimosamente o caminho do mau amor e da incomunicabilidade, cercados por um labirinto vazio de palavras bonitas. A relação de Fando e Lis sublima o não-amor da humanidade, que se oculta sob máscaras de aparência enferma, a hipocrisia e a simulação". O filme, para o cineasta, é uma "livre adaptação de uma arte-perfomance escrita".


Considerado o maior discípulo de Luís Buñuel e Salvador Dalí no cinema, Jodorowski obteve a mesma reação da platéia que seus mestres tiveram quando A Idade do Ouro estreara na França. Do mesmo modo que Buñuel foi vaiado e quase espancado, ao exibir Fando & Lis no Festival de Acapulco, Jodorowski escapou de um linchamento por parte da platéia, incluindo até mesmo o diretor consagrado Ínido Fernandez, que ao se indignar com as imagens do filme, sacou sua pistola para matar o cineasta, não atingindo o seu objetivo (felizmente).


O filme conta com fotografia de Rafael Corkidi e Antonio Reynoso, e música original de Mario Lozua, Hector Morely e Pepe Ávila. No elenco, Sergio Kleiner (Fando), Diana Mariscal (Lis), María Teresa Rivas (Mãe de Fando), Tamara Garina e Juan José Arreola (Homem elegante portando um livro). Escrachado, refinado, cômico, intenso, anárquico, transsexual, psicanalítico. O filme é tudo isso e mais: uma pitada de agonia metafísica que só Jodorowski consegue imprimir.

O Kinoclube é coordenado pelos cineastas Rodrigo Grota e Bruno Gehring e integra o quadro de projetos de exibição da Kinoarte, ao lado da Mostra Londrina de Cinema e do Kinoarte Mostra Curtas. Os filmes serão exibidos sempre de forma gratuita, e, em alguns casos, com legendas em inglês, espanhol ou português. Fando & Lis, nesta quinta, terá legendas em inglês, apesar de falado em espanhol. A próxima edição do Kinoclube será no dia 18, com o filme Gerry, de Gus Van Sant.


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