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A arte de criar ídolos

06 abr 2004 às 11:00

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Basta aparecer um atleta de sucesso, em qualquer modalidade, para ser incensado pela mídia ao redor do país. O fenômeno (palavra aliás muito usada quando se fala de algum desses atletas), que já ocorreu com Ayrton Senna, Gustavo Kuerten e muitos outros, agora tem como alvo o pessoal da ginástica artística.

É inegável que esse esporte passa por um momento único em sua história no país, fruto de um trabalho bem planejado da Confederação, mas ainda não tanto como a imprensa – encabeçada pela Rede Globo – fez parecer no último final de semana.

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Diego e Daniele Hypólito, Daiane dos Santos, Camila Comin, Mosiah Rodrigues e Michel Conceição merecem todos os aplausos por suas brilhantes exibições e pelas medalhas conquistadas na etapa brasileira da Copa do Mundo, mas não custa lembrar que muitas das principais potências da ginástica não estiveram presentes na competição.

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E as medalhas olímpicas, já tidas como certas, só virão se a preparação desses jovens talentosos não for atrapalhada pelo excesso de compromissos sociais e televisivos. Até porque a ginástica é um dos esportes que mais requer treinamento, repetição e concentração.

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Que Daiane, Daniele e seus colegas não se percam sob os holofotes.


Um bom exemplo

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Basta lembrar que o mesmo ufanismo dominou os jornais nos dias que antecederam a partida entre Brasil e Paraguai pelas Eliminatórias da Copa de 2006. É difícil de quantificar o espaço que foi dado a afirmações de que finalmente o ataque dos sonhos iria jogar, com os dois Ronaldos assessorados pelo novo fenômeno (mais uma vez) Kaká.


Quem viu a sonolenta partida sabe que nada disso se realizou e o 0 x 0 foi justíssimo para o que (não) jogaram os dois times. De destaque no Brasil, o bom (?) desempenho da zaga formada por Lúcio e Roque Júnior e a entrada de Juninho Pernambucano, que só não é titular porque Parreira é mais teimoso do que centenas de mulas juntas.

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Ainda na luta


O Coxa faz hoje em Assunção a partida mais importante do ano. Se não vencer o Olímpia dá adeus a Libertadores e ainda cria um clima ruim para a final do campeonato contra o arqui-rival Atlético. Se vencer, decide sua sorte na competição sul-americana em casa e se fortalece no Paranaense.

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Eficiência comprovada


São Caetano e Paulista eliminaram os favoritos Santos e Palmeiras e fazem uma final inusitada no Campeonato Paulista. Repetem o desempenho de Novorizontino e Bragantino, que decidiram o título em 1990.

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O São Caetano dominou completamente o Peixe e os 4 x 0 até que ficaram de bom tamanho para o time da baixada. Robinho, Renato e companhia não puderam fazer nada para parar o bem armado Azulão. E Diego vive um momento muito ruim e pelo jeito precisa de férias para se preparar melhor.


Já o Paulista de Zetti mostrou uma certa imaturidade na partida que esteve em suas mão por duas vezes: 2 x 0 e 3 x 1. Permitiu uma daquelas épicas reações com as quais o futebol presenteia seus admiradores. O gol de empate do Palmeiras – em falta cobrada com perfeição por Pedrinho –, já nos acréscimos, levou a decisão para os pênaltis. E como o Paulista tinha um goleiro no gol e outro no comando do time, acabou vencendo. Mas se bobear com o São Caetano, já era.

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Destaque também para o golaço de Vágner, cada dia mais merecedor de uma chance na Seleção. Mas como Parreira até convoca, mas não escala, Luís Fabiano...


Perguntinha


Será que alguém além de Schumacher vai ganhar uma corrida de Fórmula-1 este ano?


Nota 10


Para os ginastas do Brasil pelo excelente desempenho nas últimas competições. Eles não têm culpa pelo exageros da mídia.


Nota 0

Para os exagerados Galvão Bueno, Cléber Machado e companhia.


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