Concluída a primeira rodada da Copa do Mundo, com a estréia de todas as equipes, percebe-se claramente que a tradição já não é fator determinante na definição dos resultados. A derrota da França para o Senegal no jogo de abertura do mundial foi apenas o prenúncio de uma competição em que seleções pouco cotadas apresentam um bom desempenho, enquanto favoritas decepcionam torcedores e apostadores.
No primeiro caso, incluem-se, além dos senegaleses, a Coréia do Sul, que em sua quinta Copa conquistou finalmente uma vitória; os Estados Unidos, que superaram o trauma da última colocação em 98; e o Japão, que conseguiu um bom empate com a Bélgica. No lado das decepções, além da França que protagonizou o maior vexame até agora, alinham-se Portugal, Polônia e Croácia. Os dois primeiros, após as inesperadas derrotas para norte-americanos e sul-coreanos, fazem um jogo de vida ou morte na segunda rodada. Os croatas, vencidos pelo apenas mediano México, têm que ganhar da Itália para manter vivas as chances de classificação.
Em menor grau, Nigéria, Paraguai e China, tidos como possíveis surpresas, também decepcionaram até o momento. Os africanos pela excessiva timidez contra a Argentina. Os sul-americanos por levarem dois gols da fraca África do Sul. E os asiáticos pela total falta de talento.
Jogo ou batalha
Inglaterra e Argentina fazem nesta sexta o principal jogo da primeira fase da Copa. É mais um capítulo de uma rivalidade acirrada desde o triste episódio da Guerra das Malvinas, no início dos anos 80. Dentro de campo, a vingança argentina veio em 86, na melhor partida de Diego Maradona. Foram duas obras de arte e malandragem. A arte de partir do meio-campo e deixar para trás cinco atônitos marcadores, fazendo o gol mais bonito de todas as copas, e a malandragem do gol “com a cabeça de Maradona e a mão de Deus”. Duas jogadas que entraram para a história.
Lances que não saem da cabeça dos ingleses, que em 98 buscaram a todo custo dar o troco nos argentinos. Em mais uma partida emocionante, uma das três melhores do último mundial, que revelou para o mundo o craque Owen, as duas seleções lutaram até o fim pela vitória, decidida nos pênaltis a favor dos argentinos, após empate em dois gols. A rivalidade aumentou depois que o argentino Duscher, em jogo do La Coruña contra o Manchester, quase tirou o ídolo inglês Beckham do mundial em uma entrada criminosa.
Ato falho
Felipão, pela terceira vez, ao citar os três Rs do time, se enrola todo e fala o nome de Romário. Será peso na consciência?
Nota 10
Para os torcedores e jogadores da Coréia do Sul, que fizeram uma belíssima festa na partida contra a Polônia.
Nota 0
Para a seleção portuguesa, que, além da derrota, correu o risco de levar uma goleada histórica dos Estados Unidos.