Quem gosta de futebol não pode perder em hípotese alguma o filme Pelé Eterno, em cartaz nos principais cinemas. O diretor Anibal Massaini Neto conseguiu resgatar, após um intenso trabalho de pesquisa e restauração, imagens de quase 400 gols do "Rei do Futebol", além de outros lances incríveis.
Ver o que Pelé e seus companheiros daquela época de ouro faziam é fascinante e emociona qualquer futebolista. São lances e mais lances de classe, técnica apuradíssima, malandragem, frieza e rapidez de raciocínio que fazem qualquer jogador atual corar de vergonha. Um show de imagens que não deve ser desprezado.
O que destoa é a falta de consideração patente com os demais jogadores que participaram dos geniais lances, como se Pelé fosse o único responsável por cada título. Desprezo que atinge gente como Garrincha, Gérson, Tostão, Pepe, Mengálvio, Coutinho, Clodoaldo, e tantos outros craques que tornam-se apenas coadjuvantes ou até mesmo figurantes. Tudo bem que o filme é sobre Pelé, mas um pouco mais de respeito aos seus companheiros não faria mal algum. Ao menos muitos deles aparecem dando depoimentos sobre o Atleta do Século.
Mas o filme derrapa mesmo quando mostra o lado Édson Arantes do Nascimento. Tenta apagar a imagem desgastada pelos diversos problemas enfrentados pelas empresas de Pelé – logicamente não tratados no filme – com a singela afirmação de que ele sempre confiou demais nas pessoas. Mas o pior é a inclusão de alguns dos comerciais protagonizados pelo atleta. Os antigos são até simpáticos e têm espaço como história. Mas os que estão ainda na mídia são escandalosamente aproveitadores.
Tirando esses deslizes e a breguíssima abertura repleta de bolas douradas, o filme arranca risos, aplausos e uma satisfação que, infelizmente, o futebol de hoje já não provoca em ninguém. Vale a pena assistir sem piscar em nenhum momento e deixar de lado o final do filme, que trata da vida de Pelé depois da aposentadoria.
Cada vez melhor
A medida que se aproxima de seu final, a Eurocopa apresenta partidas memoráveis como a protagonizada por Portugal e Inglaterra, vencida com muito suor pelos patrícios comandados por Felipão. Agora, os portugueses têm pela frente a forte mas muitas vezes displicente Holanda, que se classificou, também nos pênaltis, após partida que começou modorrenta mas terminou muito movimentada contra os suecos. Semifinal de resultado imprevisível, apesar da estrela de Felipão estar brilhando como nunca. Se conquistar o título, entrará para a história como um dos maiores vencedores de todos os tempos.
Na outra semifinal, a cada vez mais favorita República Checa enfrenta a Grécia, grande surpresa da competição. Se a zebra não pintar, os checos devem garantir sua quinta vitória na competição, graças ao bom entrosamento de Nedved e Poborsky, ao oportunismo de Baros – artilheiro do torneio com cinco gols – e à eficiência no jogo aéreo do gigante (2,05 m) Koler.
Recuperação
O Atlético Paranaense recuperou, sobre seu xará mineiro, os pontos que perdeu em casa na partida contra o Vitória. Se não jogou ainda um futebol de encher os olhos, o rubro-negro subiu várias posições e já está mais perto dos líderes. Sem falar no golaço de Washington.
Clássico sem classe
Paraná e Coritiba protagonizaram um clássico sem grandes emoções. O Coxa merecia melhor sorte por sua postura mais ofensiva mas esbarrou em Flávio, que passa por uma boa fase, livrando a cara da fraca zaga paranista. O novo técnico vai ter bastante trabalho pela frente.
Nota 10
Para o Pelé que jogou bola como ninguém.
Nota 0
Para o Edison (é assim que está no documento), pelas trapalhadas fora do campo.