Com os estaduais prestes a acabar afloram algumas das antigas rivalidades regionais que sobrevivem ao tempo. Pena que a falta de planejamento e algumas decisões equivocadas de clubes tradicionais resultem em resultados de certa forma surpreendentes, mas que acabam por afastar o grande público das competições locais.
Caso típico é o Rio de Janeiro, que novamente terá uma final entre um dos grandes, desta vez o Botafogo, contra um time do subúrbio da capital, o nanico Madureira. Ao contrário de outros estaduais, onde é possível ver alguma evolução dos chamados pequenos, o "Caixão 2006" é apenas a prova de que o futebol naquele estado perdeu o rumo e que os quatro clubes tradicionais mais uma vez se preparam apenas para evitar o rebaixamento no Brasileirão. Talvez apenas o Fluminense possa pensar em algo mais.
Por aqui, depois dos fiascos de Atlético e Coritiba, a Adap tenta derrubar mais um grande, o Paraná, que não sabe o que é ser campeão desde 1997, na final da competição. A sorte do Tricolor é que a primeira partida será em Maringá, sem tanta pressão da torcida. E o jogo da volta será a despedida do inviável Pinheirão, já que o time da tantas vilas voltará em breve ao simpático estádio do Ferroviário (pelo menos é assim que os mais antigos o chamam, apesar do clube nem existir mais), que também abrigou o Colorado, na outrora Vila Capanema. A casa do Tricolor tem muita história para contar e será com certeza o principal reforço do clube para o Brasileirão.
Para o Coxa a eliminação precoce na Copa do Brasil e a derrota na semifinal mostram que o time ainda precisa melhorar bastante para sair da Segundona. Já o Furacão precisa para de alternar altos e baixos se quiser fazer um bom papel no restante da temporada. O primeiro passo será eliminar a vantagem do Volta Redonda e seguir adiante na Copa do Brasil.
Já os gaúchos poderão reviver uma final entre Grêmio e Inter após sete anos de espera. Pena que em Minas o clássico entre Cruzeiro e Atlético tenha sido na semifinal. Quem enfrenta a raposa na decisão é o ascendente Ipatinga, que joga por um empate em casa para conquistar um quase inacreditável bi. E em São Paulo parece que o Santos vai voltar a ser campeão estadual, 22 anos depois da última conquista, em 1984. Pode conseguir isso já no clássico contra o São Paulo, no próximo domingo. Mas mesmo perdendo ainda dependerá de uma vitória simples contra a quase rebaixada Portuguesa.
Contra-ponto
As primeiras experiências da Federação Paulista com o ponto eletrônico para comunicação entre o árbitro e seus assistentes não poderiam ser piores: um pênalti inexistente marcado pelo bandeirinha (auxiliar de arbitragem para os especialistas) a favor do Guarani e um golaço de Tevez anulado após uma verdadeira conferência entre o trio de arbitragem e o quarto árbitro.
Talvez até tenha sido falta do craque argentino sobre o zagueiro palmeirense Leonardo, mas como ela não foi marcada na hora em que aconteceu, voltar atrás após a linda jogada do atacante corintiano, com direito a caneta no marcador e chute no ângulo foi um pecado.
Sem falar que adotar uma idéia dessa com o campeonato em andamento é no mínimo arriscado, para não dizer injusto. A idéia é boa e pode ser aperfeiçoada, mas tem que se limitar aos três árbitros de campo, igual ao que já acontece com as bandeiras com sinal eletrônico.
Nota 10
Para os times pequenos que mais uma vez incomodam os grandes. Pode até ser porque os campeonato estão nivelados por baixo, mas não deixa de ser interessante.
Nota 0
Para muitos dos grandes e decadentes clubes brasileiros que andam frustrando seus torcedores.