Poderia ser uma bela festa a primeira passagem da tocha olímpica pela América do Sul. Mas acabou sendo apenas um evento besta para televisão e patrocinadores – para horror do Barão de Coubertin, criador das Olimpíadas da Era Moderna.
Falar o que sobre uma festa que incluiu a apresentadora Xuxa, a modelo Daniela Cicareli, os atores Tony Ramos e Marcos Palmeira (talentosos mas não relacionados ao esporte), e deixou de lado verdadeiros representantes do espírito olímpico como Adriana Behar e Shelda, Fernando Meligeni (um exemplo de superação esportiva).
Sem falar na excessiva participação de jogadores de futebol: Pelé, Nilton Santos, Zico, Romário, Cafu, Zagallo e Ronaldo. São todos craques e merecem homenagens mas não numa festa olímpica. Principalmente depois do ridículo papel da CBF nos Jogos de Atlanta, abdicando da cerimônia de premiação no pódio olímpico. Motivo mais do que suficiente para excluir o esporte da festa.
Pelo menos abriram espaço para verdadeiros ídolos olímpicos. Lista que inclui gente como Oscar, Amaury Passos, Wladir Marques, Janeth, Paula (basquete); Fernanda Venturini, Virna, Jaqueline, Sandra, Ana Moser, Carlão, Paulão, Maurício, Giovane, Bernard, Renan, Marcelo Negrão, José Roberto Guimarães (vôlei – com um certo exagero de Nuzman); Gustavo Borges, Fernando Scherer, Ricardo Prado (natação); Nelson Prudêncio, André Domingos, Joaquim Cruz (atletismo); Daniele Hipólito e Daiane dos Santos (ginástica); Rogério Sampaio, Aurélio Miguel, Carlos Honorato, Ednanci Silva (judô); Lars e Torben Grael (iatismo); Sebastian Cuatrin (canoagem); Hugo Hoyama (tênis de mesa); Guga (tênis), entre outros.
Merecem destaques as participações de integrantes de Ongs como Zilda Arns, gente comum como o gari Renato "Sorriso" e pessoas que participam ativamente de movimentos sociais como Marcelo Yuka (ex-bateristas do Rappa que perdeu o movimento das pernas ao ser baleado). Como curiosidade, pela primiera vez a chama olímpica passeou de skate, nas mãos de Bob Burnquist.
Volta das férias
O Brasileirão voltou e quem fez a festa mesmo foram os times de Santa Catarina. Criciúma e Figueirense vêm se destacando e ocupam posições de destaque na tabela. O Tigre é o atual líder do campeonato e o Figueira aparece na terceira posição. O que mostra que em uma competição nivelada (por baixo, é verdade) como esta, uma equipe equilibrada conta mais do que alguns talentos individuais.
Volta por cima
O Coritiba jogou bem e conseguiu uma importante vitória sobre o forte São Caetano. Muito equilibrado na defesa e meio campo, o Coxa ainda contou com o talento de Luís Mário, que em um belo chute definiu o placar. A destacar também a atuação de Fernando, que salvou a pátria quando foi preciso.
Volta ao normal
O Paraná continua sua velha tradição de perder pontos para os lanterninhas. Desta vez tropeçou num inspirado goleiro Jeférson e não saiu do empate em 1 x 1 com o fraquíssimo Botafogo. E ainda por cima levou um gol numa falha absurda de marcação na cobrança de escanteio. Mas feio mesmo é o gramado – com cara de brejo – do Pinheirão.
Volta Redonda
Do interior do Rio de Janeiro o Atlético trouxe as velhas reclamações em relação à arbitragem e um sonoro 3 x 0 para um Flamengo que ainda não havia vencido no campeonato. O bandeira realmente errou ao validar um gol em impedimento de Íbson, mas não foi por isso que o Furacão perdeu. E de tanto que maltratou a redonda merecia até tomar mais gols. Até Jadson andou mal e errou um pênalti.
Volta a rotina
Na Fórmula Um teve gente que até se animou com o resultado dos treinos para o GP do Canadá. Mas foram necessárias apenas algumas voltas para mostrar que a Ferrari anda tão superior que pode escolher a melhor volta para assumir a ponta e vencer. E como sempre, a honra coube a Schumacher, apesar da bela perseguição de Barrichello, que acabou errando e só herdou o segundo lugar do outro Schumacher porque a Williams – a exemplo da Toyota - pisou na bola e errou nas especificações do sistema de refrigeração de freio (item de fundamental importância nas longas retas e curvas fechadas do Canadá).
Para completar o fim de semana protagonizado por alemães, Timo Glock conseguiu com seu fraco Jordan marcar dois pontinhos em sua estréia na categoria.
Começou mal
A Eurocopa começou com partidas de baixíssimo nível técnico, talvez até pelo cansaço dos jogadores ao final da temporada européia. De bom mesmo só a velha classe de Zidane, que mesmo sem jogar uma boa partida garantiu a vitória francesa sobre os arqui-rivais ingleses com dois gols já nos acréscimos. Para isso contou com grande ajuda da zaga e do goleiro da Inglaterra.
Surpreendente foi a goleada de 5 x 0 da Suécia sobre a Bulgária. Não porque os búlgaros tenham um bom time e sim porque os nórdicos não costumam demonstrar tanta ofensividade.
Nota 10
Para os verdadeiros atletas que conduziram a tocha olímpica.
Nota 0
Para a demagogia e interesses comerciais exacerbados na escolha de alguns dos portadores do fogo sagrado, já que pelo menos 25 deles foram convidados pelos patrocinadores do evento.